A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cravou alta de 0,43% em março, refletindo o aprofundamento da recessão. Foi a menor taxa para meses de março desde 2012. A desaceleração foi impulsionada, sobretudo, pelos preços da energia elétrica, cujas tarifas caíram, em média, 3,41%, retirando 0,13 ponto percentual do índice. Já alimentos e bebidas, que têm grande peso no indicador, responderam por 74% da carestia, ao subirem, em média, 1,24%. Nesse grupo, as frutas, com reajuste de 8,91%, foram as grandes vilãs.
O bom resultado da inflação, que ficou abaixo do 0,45% projetado pelo mercado, tende a levar o governo a pressionar o Banco Central para antecipar o processo de queda da taxa básica de juros (Selic), como forma de criar um fato positivo em contraponto à ameaça de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A Selic está em 14,25% ao ano.
No acumulado de 12 meses, a inflação está em 9,39% e, no primeiro trimestre, em 2,62%, taxas ainda muito elevadas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em duas capitais, Recife e Salvador, houve deflação em março, de 0,04% e 0,14%, respectivamente. Em 12 meses, a inflação nessas regiões está acima de 9%, o dobro da meta, de 4,5%, definida em lei. Em Brasília, o IPCA cravou alta de 0,12% no mês passado.