O Hospital do Câncer Anchieta, em Taguatinga, foi inaugurado oficialmente nesta quarta-feira (16). A inauguração ocorre seis meses após o início dos atendimentos na unidade porque já há resultados para mostrar. “O grande diferencial é que oferecemos uma estrutura sempre partindo do lado humano”, disse ao Brasília Capital o diretor da instituição, médico oncologista Murilo Buso. “Preferimos atender primeiro para depois inaugurar”, complementou a gestora Naiara Porto. Segundo eles, a instituição ter o nome da doença é uma forma de tirar a carga pejorativa da palavra.
Humanizar significa “olhar para o indivíduo e não para a doença. A de João é diferente da que acomete Maria”, exemplifica Buso. Um dos exemplos é ter apartamentos e áreas de tratamento virados para as janelas, além gente sorrindo em todos os lugares. Murilo e Naiara falam sobre o primeiro hospital particular do câncer de Brasília com fervor incomum. “Temos de ter uma cara de casa”, acentua a gestora.
Cura
Dentro do que denominam de “lógica do tratamento”, a meta é neutralizar toda a carga negativa que existe em torno de uma doença com possibilidade de cura que varia de 70% a 80%, nos casos de prevenção adequada. Por isso, há permissão para um parente ficar na UTI como acompanhante nas 24 horas do dia.
Um exemplo de bom resultado é o auxiliar de contabilidade Leandro Bemimcasa Costa Viana, 31 anos. Ele descobriu que estava com leucemia (câncer no sangue) no final de outubro de 2017. Foi ao Hospital Anchieta para descobrir o que o deixava cansado e debilitado. O choque foi transmitido pela noiva Karytha Fernanda Xavier Soares, 26 anos, estudante de direito. O casal estava na inauguração da unidade.“Estou ótimo”, disse Leandro. “Antes, o câncer era o fim, era só esperar a morte”, acrescentou, justificando seu susto quando soube do resultado de algo que ele pensava ser uma virose. “Tivemos uma reunião para dar a notícia para ele”, relembrou Karytha.
Fusão
O Hospital do Câncer é frutoda união entre o Grupo Anchieta e o Centro de Câncer de Brasília (Cettro), que investiram, aproximadamente, R$ 50 milhões na estrutura, na aquisição de tecnologia de ponta e na montagem da equipe assistencial multiprofissional de altíssima qualidade técnica. O Hospital do Câncer Anchieta dispõe de hospital-dia, com oito ambulatórios interdisciplinares e 18 boxes de quimioterapia, pronto-socorro oncológico com fluxo prioritário, internação com 28 flats, unidade de terapia intensiva oncológica com seis leitos exclusivos e centro cirúrgico.
O objetivo é oferecer ao paciente assistência num único lugar, com o “onconavegador”, especialista para atender a todas as necessidades, da orientação de pacientes e familiares ao agendamento e encaminhamento de exames.No campo da humanização existe no hospital o OrbisScalp, conhecido como touca gelada, para evitar perda de cabelos durante a quimioterapia, dependendo do tipo do câncer, estágio e condições especialmente da paciente. O médico Murilo Buso explica que ficar careca “é um dos fatores de maior impacto psicossocial, podendo afetar severamente a autoimagem e a identidade, assim como a capacidade de enfrentamento da doença”.