A primeira morte por infecção do vírus influenza H1N1 no Distrito Federal acende o alerta e causa preocupação nos brasilienses. A vítima foi uma senhora de 80 anos, moradora de Águas Claras, internada há três dias em um hospital particular da cidade. A Secretaria de Saúde do DF confirmou também outros 14 casos da doença este ano, sendo que oito pessoas manifestaram a forma mais grave da gripe — Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De acordo com levantamento do governo, a rede pública de saúde tem, atualmente, 15 mil comprimidos do medicamento Tamiflu — antiviral usado no tratamento — para atender à demanda, prevista para aumentar ainda mais nos próximos dias. A imunização contra o vírus começa em 30 de abril, serão aproximadamente 300 mil doses. Na rede particular, a vacina está em falta e deve chegar até o fim desta semana.
A vítima morreu em 13 de fevereiro, mas a indicação do óbito pelo vírus foi constatada apenas no último dia 31 de março. Idosos estão no grupo de risco, passíveis de desenvolver complicações com a gripe. Entre os diagnosticados com a H1N1 na capital, estão três crianças menores 5 cinco anos e quatro pessoas com idades entre 15 e 49 anos. Esse número é o maior registrado em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Em 2015, a secretaria não registrou nenhum caso de influenza H1N1 e, durante todo o ano de 2014, foram notificados 21 casos e cinco óbitos.
Os casos registrados até agora foram identificados em Santa Maria, Gama, São Sebastião, Samambaia, Riacho Fundo e Águas Claras. No entanto, segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Cristina Segatto, não é possível afirmar que a transmissão está ocorrendo somente nessas regiões. “Para o registro, nós trabalhamos com o local de residência dos pacientes; porém, como as pessoas circulam muito, não podemos afirmar que contraíram a doença em casa. Pode ter sido no trabalho, no transporte ou em qualquer outro lugar”, afirmou.
O vírus presente no DF é o mesmo registrado em outros períodos, como no surto de 2009/2010 (veja Memória). O subsecretário de Vigilância de Saúde da secretaria, Tiago Coelho, explica que a influenza agrega três tipos de vírus, sendo um deles o H1N1. “É preciso que fique claro que, além do H1N1, durante a campanha vacinal vamos tratar os três tipos da gripe: o H1N1, o H3N2, e a influenza tipo B. Então, em cada dose da vacina, haverá três cepas responsáveis por lidar cada uma com um tipo do vírus específico.” Além disso, a gripe pode ser classificada em três formas, a influenza tipo A e tipo B, estágios mais agudos da doença, e influenza tipo C, que corresponde a uma gripe mais branda.