Em evento que marcou os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, quarta-feira, que os responsáveis pelos ataques e depredações em Brasília – a quem chamou de “bando de aloprados” – serão punidos exemplarmente.
“Sempre seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe. Os responsáveis estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram”, afirmou. em discurso no Palácio do Planalto, um dos prédios públicos vandalizados por bolsonaristas em 2023.
Lula também defendeu a liberdade de expressão e de “pensar diferente”. Mas ponderou. “Não seremos tolerantes com os discursos de ódio, as fake news, que colocam em risco a vida de pessoas e incitam a violência contra o Estado Democrático Direito”.
Militares – Ao cumprimentar os comandantes militares e o ministro da Defesa, José Múcio, o presidente disse que a presença deles na cerimônia mostra à Nação que “é possível construir as Forças Armadas defendendo a democracia, protegendo nossas fronteiras e a soberania nacional”.
“Ainda estamos aqui”
O petista fez ainda uma referência ao filme “Ainda Estou Aqui”, que conta a história do ex-deputado federal Rubens Paiva, perseguido e morto pela ditadura, em 1971. O longa dirigido por Walter Salles foi aclamado pela crítica e rendeu o Globo de Ouro à atriz Fernanda Torres, que vive Eunice Paiva nas telonas.
“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que a democracia ainda está viva, ao contrário do que queriam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ditadura nunca mais, democracia sempre!”, clamou, seguido de aplausos.
Ao lado de outras autoridades, entre elas os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Cármen Lúcia, e o vice-presidente do Congresso Nacional, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Lula recordou que o diálogo e a independência entre os Poderes “só é possível porque a democracia venceu”.
“Democracia para poucos não é democracia plena. Por isso que a democracia será sempre uma obra em construção. A democracia será plena quando todos os brasileiros e brasileiras, sem exceção, tiverem acesso a alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer”, finalizou o presidente da República.