José Maurício dos Santos (*)
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Já não é novidade o antagonismo entre o governo Rollemberg e a comunicação. Desde o início do mandato que se ignora a importância de uma área imprescindível para o bom funcionamento de um governo.
Com o advento da internet e de uma democracia mais participativa, a grande mídia já não é capaz de, sozinha, sustentar a imagem de um governo. As novas mídias, ou mídias alternativas, já fazem parte da leitura diária dos cidadãos. É uma tendência irreversível por vários motivos: espontânea; linha editorial independente; fonte primária de informação; em tempo real; credibilidade cada vez maior.
No DF, foi institucionalizada a Associação Brasiliense dos Blogueiros de Política (ABBP), presidida pelo professor Francisco de Paula, e que já conta com 43 integrantes. Além dele, estão à frente da iniciativa os diretores Odir Ribeiro, Toni Duarte; Kleber Karpov; Rodrigo Mercúcio; Fred Lima; Sandro Gianelli e Ricardo Callado.
Os políticos começam a entender o papel desse novo segmento. Em fevereiro, apenas a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), recebeu a ABBP para formalizar a sua fundação, mas, seis meses depois, um auditório cheio e uma mesa composta por grandes nomes da política local marcaram a força dessa mobilização durante o lançamento do Portal, esta semana, na Casa. Participaram quatro deputados, dois secretários do GDF e o presidente do Tribunal de Contas do DF, Renato Rainha.
Os grandes veículos também pegaram essa onda. O Correio Braziliense lançou o blog CB Poder, e o Jornal de Brasília já dedica os sábados e domingos exclusivamente às edições digitais via internet. Assim como a Câmara e o TCDF, o GDF deveria olhar com mais humildade para esses porta-vozes da população, que não submetem a construção dos fatos ao aval de agentes alheios às redações.
A CLDF aprovou, em abril do ano passado, a emenda 74 à Lei Orgânica, de autoria de Luzia de Paula (PEN), a madrinha da nova mídia, que inclui o parágrafo 9º ao artigo 149, que destina o mínimo de 10% da dotação orçamentária da publicidade para contratação de veículos alternativos de comunicação comunitária impressa, falada, televisada e on-line sediados no DF.
Já o GDF diz que vai destinar apenas “o mínimo” exigido de 10%. Enquanto os outros 90%… Com esses formadores de opinião dividindo o espaço com a grande mídia, pode-se dizer que ignorá-los é um péssimo negócio para o governo.
(*) Consultor Político ABCOP e diretor da Tracker Consultoria e Assessoria
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