Da Redação
O Instituto de Gestão Estratégica em Saúde (Iges-DF) foi alvo, nesta terça-feira (31), de nova operação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) para apurar irregularidades no contrato de aluguel de um prédio, no valor de R$ 17,2 milhões, por cinco anos, São apuradas, também, possíveis ilegalidades na aquisição desse imóvel da empresa. A ação conta com o apoio da Polícia Civil, que cumpriu 16 mandados de busca e apreensão.
Entre os alvos da Operação Pomona, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), estão os empresários Marcelo Perboni e Guilherme Caríssimi, além de ex-gestores do Iges-DF. A investigação aponta indícios de crimes como associação criminosa, peculato, de “delitos de tráfico de influência e corrupção ativa e passiva”.
Pró-DF II
Em 2009, o Ministério Público apurou que a Cepe – Comércio, Importação e Exportação de Alimentos Ltda. comprou o terreno no trecho 17 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). O imóvel era da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) e estava avaliado em R$ 1,9 milhão e foi adquirido por meio do Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do DF (Pró-DF II), que concedia benefícios para empresas que pudessem “ampliar a capacidade da economia local”.
A investigação também apurou que o terreno foi comprado pela metade do preço, com a justificativa de que geraria empregos, renda e aumento da arrecadação tributária. O MP investiga se houve desvio de finalidade do imóvel, já que, no local, foi construído um centro empresarial que, para os promotores, tem características diferentes das atividades da empresa. O MP encontrou indícios de atraso no pagamento do terreno, não geração dos empregos prometidos e outras irregularidades.
O empresário Marcelo Perboni atuou como representante da empresa durante o processo de compra do imóvel. Ele não aparece no quadro de sócios da Cepe, que tem como proprietário registrado o empresário Guilherme Carissimi. Mas o MP acredita que Perboni – amigo pessoal do governador Ibaneis Rocha (MDB), que, no ano passado, comemorou seu aniversário de 50 anos na fazenda dele – é o verdadeiro dono da companhia.
Aluguel
O aluguel do imóvel pelo Iges-DF ocorreu em 2019, durante a gestão do ex-secretário de Saúde Francisco Araújo. Por isso, ele também foi alvo de buscas. A operação batizada de “Pomona”, faz referência à deusa Pomona, da mitologia romana, associada à abundância das frutas e pomares, área econômica explorada pelos empresários investigados.
Com informações de G1