O Instituto do Meio Ambiente (Ibram) lançou, no último dia 15 de maio, consulta virtual para elaboração do plano de manejo do Parque das Sucupiras, à margem do Eixo Monumental, próximo à capela Rainha da Paz. A Associação de Proteção da unidade ecológica (APES) reclama do prazo exíguo (14 dias) para preenchimento e envio de questionário pelos interessados e aponta que já foi iniciado o cercamento da área de 26 hectares.
A APES, juntamente com dezenas de apoiadores, cuida da área há mais de 20 anos com mutirões de capina e limpeza, brigada contra incêndio e plantio de espécies nativas, e reclama maior participação em políticas públicas de intervenção na unidade. Entende que a elaboração do plano de manejo para um parque ecológico deve obedecer a uma série de etapas de consulta e aos parâmetros previstos na legislação e no SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação).
Tais parâmetros dizem respeito, por exemplo, à proteção de áreas preservadas, à recuperação de solos degradados e ao tipo de uso que a comunidade considera desejável. A proposta do Ibram prevê a instalação, dentro da poligonal, de quadras esportivas, equipamentos para eventos e shows, espaço para comercialização de alimentos e outros produtos, além de pátios de estacionamento.
O Parque das Sucupiras foi criado em 2005 pelo então governador Joaquim Roriz e é o último remanescente de vegetação nativa na área central de Brasília. Abriga centenas de espécies de árvores como sucupiras, aroeiras, pau-santo, barbatimão, angicos, ipês, cajueiros, pequizeiros e outras, que são habitat para aves que transitam pela região.
A proposta da associação é de que o Parque Ecológico das Sucupiras seja preservado como sítio para pesquisas botânicas, atividades ligadas à educação ambiental, instalação de viveiros e edificação de um memorial.