O governador Ibaneis Rocha está entre a cruz e a caldeirinha. Primeiro chefe de Executivo a decretar a suspensão das aulas nas redes pública e privada, ainda na primeira quinzena de março, e um dos pioneiros a adotar medidas de isolamento social, ele agora se vê pressionado a reabrir o comércio, as escolas e outras atividades do setor produtivo. Mas teme o crescimento da curva de crescimento de mortos e contaminados pelo novo coronavírus, que só deve atingir o pico em julho.
Ibaneis também é cobrado pelo presidente da República, que, nos bastidores, condiciona a liberação de dinheiro para os demais entes federativos ao relaxamento da proibição de circulação de pessoas. Ao sinalizar que atenderia ao que prega Jair Bolsonaro, o GDF foi contemplado com o repasse de R$ 57,4 milhões no dia 29 de abril.
Em outra ponta, o Ministério Público ingressou com ações na Justiça questionando a retomada de várias atividades econômicas. Na quarta-feira (6), a juíza Kátia Balbino, da 3ª Vara Cível Federal, concedeu liminar suspendendo a flexibilização das medidas de restrição até o governo apresentar dados científicos que sustentem a decisão. No dia seguinte, a magistrada foi ao Palácio do Buriti debater o assunto com Ibaneis.
Após o encontro, que durou mais de seis horas, o governador defendeu que a retomada da atividade comercial é inevitável. “Ou a gente faz programa de abertura controlada ou os lojistas vão abrir na marra”, comentou. Mas manteve o adiamento da reabertura do comércio desta segunda-feira (11) para a próxima, dia 18.