O governador Ibaneis Rocha tem “dormido em cama de faquir, cheia de pregos pontudos”. A exemplo de todas as autoridades do mundo envolvidas na luta contra o novo coronavirus, sofre pressão de todos os lados. Mas, ao contrário do Presidente da República, Jair Bolsonaro, o chefe do Executivo do Distrito Federal tem ouvido as áreas técnicas antes de tomar decisões. E, mesmo preocupado com a economia local, garante que, no momento, este é um assunto secundário. “O objetivo número um é salvar vidas. A preocupação com a atividade econômica também é grande, mas vem depois”, diz ele nesta entrevista concedida ao Brasília Capital na quarta-feira (1º).
Como tem sido conviver com tantas cobranças e ter que decidir entre a saúde da população e a sobrevivência da economia? – Minhas decisões são tomadas depois de muitos estudos para encontrar a melhor alternativa. Foi assim desde o início, quando houve muita crítica. Mas o objetivo número um é salvar vidas. O resto pode esperar.
Num momento de crise não cabe vacilo nem perda de tempo. Como é a tarefa de separar o que é palpite do que é questão técnica? – No momento, o mais importante é nos prepararmos para o auge da crise da doença, que ainda não chegou.
Como contemplar as demandas da sociedade e da própria máquina governamental diante da queda de arrecadação, estimada em cerca de R$ 2 bilhões para este ano? – A preocupação com a atividade econômica também é grande, mas vem depois. Para isso, temos remédios eficientes e que já estão à disposição, como crédito e outras facilidades para os empreendedores, e um mínimo para os trabalhadores informais.
O GDF já pensa numa estratégia para retomar a normalidade da cidade após a pandemia? – Isto veremos mais adiante. Haverá uma grande desaceleração e teremos de ser criativos para recuperar o crescimento no Brasil e no Distrito Federal. Este vai ser um problema mundial.
Manter uma boa relação com o governo federal é fundamental para o DF. Tem sido difícil o diálogo com o presidente Bolsonaro? – A relação com o governo federal tem sido muito boa. O Ministério da Saúde tem nos atendido, assim como o Ministério da Economia. O resto nós vamos conversando.