A inércia favorece quem já está no poder. É diante dessa lógica que aliados do governador Ibaneis Rocha (MDB) se sustentam para tentar adiar o debate sobre a sucessão no Palácio do Buriti. “Este ano será muito melhor. As benfeitorias que iniciamos começarão a aparecer”, diz um assessor do gabinete do titular do Buriti.
Ibaneis cumpriu a metade de sua trajetória em meio a alguns escândalos – como a prisão de toda a cúpula da Secretaria de Saúde, em meados de 2020 –, além de adotar medidas polêmicas, como a militarização de escolas e a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB).
O chefe do Executivo local também viveu uma reviravolta no relacionamento com o comandante do Planalto. Um dos primeiros governadores a decretar lockdown após a chegada do novo coronavírus ao Brasil, em março, Ibaneis chegou a se empolgar com a possibilidade de disputar a cadeira de Bolsonaro. Comprou até um avião para percorrer o Brasil.
Mas, diante da reação negativa do Capitão, passou a rezar na cartilha do Planalto. E o presidente declarou que estava “apaixonado” por ele. Como o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) anda se estranhando com o chefe, a vaga dele na chapa sucessória de 2022 não está garantida. E Ibaneis sonha com ela, embora, de fato, trabalhe mesmo é com a hipótese de se reeleger para o cargo atual.
E aqui, como lá, a vaga de vice está em jogo. Paco Britto (Avante) pode ser preterido. Caso isto ocorra, o espaço seria preenchido por uma mulher. As mais cotadas são as deputadas Celina Leão (PP) e Flávia Arruda (PL). Esta, porém, orientada pelo marido e ex-governador José Roberto, prefere pleitear a única vaga no Senado e se cacifar para tentar o governo em 2026.