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IA amplia riscos de fraudes durante a Black Friday

Ferramentas de inteligência artificial são usadas por golpistas para criar falsas lojas online, gerar avaliações enganosas e automatizar golpes

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Foto: IA

Tersandro Vilela (*)

A chegada da Black Friday 2025 traz não apenas a expectativa por descontos, mas também uma nova onda de golpes digitais impulsionados pela inteligência artificial (IA). O mesmo recurso usado para aprimorar experiências de compra online vem sendo explorado por fraudadores que criam sites falsos, anúncios realistas e perfis automatizados para enganar consumidores.

Empresas de cibersegurança internacionais, como KasadaIQ e Norton, identificaram que o uso de IA em fraudes cresceu de forma expressiva no varejo digital. As ferramentas permitem que golpistas montem, em poucos minutos, páginas reproduzindo logotipos, cores e políticas de entrega idênticas às de grandes marcas. Essa automação reduz a barreira técnica do crime e torna os golpes mais convincentes.

Especialistas em segurança digital alertam que a IA vem sendo utilizada para simular comportamentos humanos e gerar textos e imagens de alta qualidade, dificultando a detecção de tentativas de fraude. As modalidades mais comuns incluem lojas clonadas, avaliações automatizadas, chatbots falsos que simulam atendimento humano e campanhas personalizadas baseadas em dados de navegação.

COMO SE PROTEGER – Especialistas recomendam que o consumidor redobre a atenção durante o período de compras:

Desconfie de promoções muito abaixo do preço médio. Compare valores em mais de uma plataforma antes de comprar.
Verifique o endereço do site. Prefira digitar o nome da loja diretamente no navegador e desconfie de pequenas variações no domínio.
Evite clicar em links recebidos por e-mail, SMS ou redes sociais. Mesmo anúncios pagos podem direcionar a páginas falsas.
Confira a segurança da conexão. Sites legítimos usam HTTPS e exibem o ícone de cadeado na barra do navegador.
Pesquise o CNPJ e o histórico da empresa. Plataformas como Reclame Aqui e Consumidor.gov.br ajudam a identificar lojas duvidosas.
Utilize cartões virtuais ou intermediários de pagamento. Ferramentas como PayPal ou Mercado Pago oferecem proteção contra fraudes.
Desconfie de comentários genéricos e idênticos. Avaliações automáticas geradas por IA são cada vez mais comuns.
Mantenha o antivírus e a autenticação em dois fatores ativados. Essas medidas reduzem o risco de invasões e roubo de credenciais.

EMPRESAS NA MIRA – As fraudes não se limitam aos consumidores, pois as plataformas de e-commerce que adotam sistemas de IA para personalização de ofertas e gestão de preços enfrentam novos desafios éticos e operacionais. Falhas em algoritmos podem gerar distorções nas promoções ou permitir manipulações externas.

Analistas defendem que varejistas invistam em auditorias de sistemas, verificação humana nas campanhas automatizadas e protocolos de segurança digital mais rigorosos, especialmente em períodos de alto volume de transações.

TECNOLOGIA E VIGILÂNCIA – A inteligência artificial transformou a dinâmica do comércio eletrônico, tornando-o mais ágil e personalizado. No entanto, essa mesma tecnologia ampliou o alcance de golpes e exigiu uma nova alfabetização digital dos consumidores.

Especialistas destacam que a proteção online depende menos de softwares e mais de comportamento. A atenção redobrada, a verificação de fontes e a cautela diante de ofertas “imperdíveis” continuam sendo as defesas mais eficazes. A promessa da IA é a conveniência. Porém, o risco está em confiar demais nas máquinas num ambiente onde a aparência de credibilidade pode ser fabricada em segundos.

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Tersandro Vilela

Jornalista pós-graduado em Filosofia, especialista em Liderança: gestão, resultados e engajamento e mestrando em Inovação, Comunicação e Economia Criativa