O Hospital Regional de Taguatinga (HRT) passou a oferecer um programa de intervenções cirúrgicas reconstrutivas para pacientes internados com câncer de pele e de mama ou com lesões expostas. Com isso, desde o início de fevereiro, tornou-se a terceira unidade da rede de saúde pública do Distrito Federal a ter o serviço.
O projeto de integrar o HRT a essa rede especializada é antigo, mas foi formalizado pela Secretaria de Saúde depois do sucesso da campanha Outubro Rosa na unidade em 2016. Na ocasião, foram feitas 34 cirurgias reconstrutivas de mama em uma semana, número bem acima das demais.
Segundo a diretora do hospital, Karina Torres, nesse primeiro momento, serão atendidos os pacientes internados dentro das especialidades de dermatologia, endocrinologia, cirurgia geral, ortopedia e mastologia. Ela explicou que só foi possível instituir o serviço depois da chegada de dois cirurgiões para reforçar o quadro.
A médica cirurgiã Izabelle Montanha, precursora do programa, relata que esse tipo de intervenção, no caso das mulheres, tem impacto direto na autoestima. “A plástica vem para resgatar a identidade feminina e ajudar na parte psicológica da paciente. O nosso serviço vai além da estética, é reparador”.
Ela acompanhou o caso de Joselita da Silva Coelho, uma dona de casa de 52 anos, que teve de fazer mastectomia após o diagnóstico de câncer de mama.
Joselita foi a primeira a receber a cirurgia reconstrutiva na unidade. Ela retirou a mama em agosto de 2016 e, no mesmo procedimento, fez a reparação plástica. Ela está com a segunda cirurgia agendada para continuidade do tratamento.
O processo de juntar as cirurgias facilitou a vida da dona de casa. “No dia seguinte à cirurgia, ver apenas um buraco, seria terrível. Eu ia ficar mutilada” relata. Ela conta como foi — e continua sendo — bem acolhida pela equipe do hospital. “Agora, com o programa instituído, vai facilitar para outras mulheres que precisam”.
Segundo a cirurgiã Izabelle, um dos objetivos é o de evitar a retirada de todo o seio, assim como ocorreu com Joselita. Ela explica as várias etapas de reconstrução. “Quando a mastologia tira a mama, sobra pouca pele, então se coloca um expansor para a paciente não sentir a mutilação.”
Depois disso, o expansor é retirado, e a prótese de silicone é colocada no lugar. O governo de Brasília, segundo ela, fornecerá as próteses. No começo, a meta é operar oito pacientes por mês e fazer 24 procedimentos ambulatoriais, como retirada de câncer de pele, que só exige anestesia local.
Com a introdução do programa, em fevereiro, por meio de uma ordem de serviço publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, o HRT passou a compor, ao lado dos Hospitais Regionais da Asa Norte (Hran) e de Sobradinho, as unidades que oferecem cirurgias plásticas reconstrutivas na rede pública de saúde de Brasília.
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