Programa atende crianças a partir de dois anos e nove meses
Desde março deste ano, o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) oferece, a crianças e adolescentes, quatro tipos de programas voltados para o tratamento de problemas fonológicos, como, por exemplo, dificuldades na fala e atraso no aprendizado da leitura e escrita. Os atendimentos acontecem sempre às segundas, terças e sextas-feiras no Ambulatório 2 da unidade.
A fonoaudióloga e responsável pela criação e coordenação dos programas, Renata Monteiro, conta que o objetivo do projeto é reabilitar a leitura, fala e escrita dos pacientes. \”São crianças que apresentam problemas e, algumas já vêm com o diagnóstico feito, mas outras não, porque, nesses casos, não é possível identificar e torna-se necessária uma resposta de intervenção que é o que fazemos aqui\”, completa.
Os tratamentos são disponibilizados para crianças a partir de dois anos e nove meses e adolescentes de até 16 anos e cada paciente recebe terapia por até nove meses. Os atendimentos são semanais, com 45 minutos de duração cada sessão e feitos em grupo. Atualmente, três crianças recebem atendimento individual às segundas e terças-feiras.
Os quatro programas oferecidos no hospital são: Estimulação de Linguagem Oral; Estimulação de Consciência Fonológica; Leitura e Escrita Para Crianças com Déficit de Atenção e Processamento Auditivo; e de Transtorno Fonológico.
\”O projeto começou como uma forma de tentar atender a demanda com a logística que a Secretaria de Saúde disponibiliza e, dessa forma, conseguir desenvolver um trabalho que fosse realmente efetivo. Se não houvesse um projeto com um programa de estimulação como este, muitas crianças não conseguiriam cumprir o objetivo do aprendizado disponibilizado nas escolas\”, revela Renata.
ATENDIMENTOS – As crianças atendidas pelo programa são encaminhadas por pediatras, neuropediatras e fonoaudiólogos da rede pública de saúde das áreas de Ceilândia, Brazlândia, Águas Lindas e Sol Nascente (Região Oeste). Além disso, as escolas públicas também podem direcionar crianças à unidade.
Os atendimentos da neuropediatria são feitos às terças-feiras e, assim, novos nomes para tratamento entram na lista de espera.
Cerca de 86 pacientes são atendidos por semana pelo projeto. Em média, 344 crianças recebem o tratamento por mês. Já a lista de espera conta, atualmente, com o nome de 40 crianças que apresentam algum tipo de problema.
RESULTADO POSITIVO – Moisés Rodrigues, 7 anos, tem dificuldades na alfabetização, especialmente, na leitura e escrita. Seus pais, a secretária executiva Elaine de Faria e o vigilante Anderson Luiz de Faria, contam que desde que o filho começou o tratamento, o desempenho na escola e o interesse em aprender melhoraram significativamente.
\”Antes do Moisés começar o acompanhamento com a fonoaudióloga, ele era uma criança que estava sempre nervosa e irritada por não conseguir aprender a ler. Ele ficava triste por não conseguir acompanhar os coleguinhas da escola. Agora, quando ele chega da escola, já quer fazer a tarefa e faz questão de nos mostrar como já consegue formar palavras. A felicidade fica estampada do rostinho dele e a gente consegue ver o quanto ele está evoluindo a cada semana\”, diz Elaine.
Para Anderson, o melhor do tratamento é a atenção disponibilizada ao filho. \”Além de ser gratuito, percebemos o quanto nosso filho se sente bem aqui. Ele recebe um tratamento que é direcionado ao problema que apresenta e, por isso, a melhora dele vem de forma bem mais rápida. Não é simplesmente um atendimento, há comprometimento com cada paciente\”, declara.