Vanessa Galassi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, segunda-feira (3), lei que garante igualdade de salário e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens. Embora o serviço público já preveja salários iguais entre os gêneros, a iniciativa histórica impacta na vida de todas as servidoras públicas, uma vez que refletirá também na ruptura com a cultura machista do País.
“Depois de seis anos sob intensos ataques, nós mulheres, que sempre resistimos aos retrocessos e protagonizamos mudanças, iniciamos um caminho sem volta na obtenção de direitos econômicos e políticos; na garantia da dignidade e da esperança. Essa é uma conquista fundamental para justiça não só no mundo do trabalho, mas para uma transformação social”, afirma a diretora do Sinpro-DF Mônica Caldeira, que participou da cerimônia de sanção, junto com centenas de mulheres do movimento sindical e dos movimentos sociais.
Mônica lembra que servidoras públicas como as professoras e orientadoras educacionais da rede pública do DF e do Brasil recebem salários iguais, mas, mesmo assim, as oportunidades para ocupar espaços de liderança ainda são majoritariamente destinadas aos homens. “Também na educação pública, homens ocupam mais cargos de chefia, estão estrategicamente em espaços de decisão; e recebem salários maiores”.
Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, “no agrupamento da educação, saúde e serviços sociais, as mulheres totalizam 75% dos cargos ocupados e têm rendimentos médios 32% menores do que os recebidos pelos homens”.
Para Mônica Caldeira, a Lei de Igualdade Salarial sancionada por Lula dará ainda mais força para que outros direitos das mulheres sejam garantidos, como a autonomia e a liberdade sobre seu corpo e sexualidade, por exemplo.