De volta ao Congresso Nacional após 18 anos, a deputada Heloísa Helena (Rede-RJ) tomou posse na Câmara, nesta terça-feira (16), no lugar de Glauber Braga (Psol-RJ), que teve o mandato suspenso por seis meses por agredir a pontapés um militante do MBL, em abril de 2024.
Adotando o tom combativo que sempre foi sua marca registrada, a ex-senadora afirmou que vai atuar para investigar o Banco Master, além de combater reformas e acordos que, segundo ela, penalizam os mais pobres.
“Estarei aqui sem abrir uma única concessão a quem concilia com o capital, enchendo a pança dos poderosos e do capital financeiro, às custas da imensa dor do povo brasileiro. Vamos derrotar a reforma administrativa que penaliza os setores que trabalham diretamente com os mais pobres. Vamos ampliar direitos dos mais frágeis”, disse em discurso no Plenário da Casa.
Helena reafirmou o compromisso com trabalhadores, populações vulneráveis, mulheres vítimas de violência, jovens expostos à criminalidade e servidores das áreas sociais. E não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao presidente Lula, de quem já foi aliada.
“O Governo Federal passado, infelizmente, agiu feito um soldado covarde e sem honra, deixando seu povo ferido para trás, com mais de 700 mil óbitos. Não se comoveu com a imensa dor e ainda ousou tentar um golpe de Estado. Aqui lutarei sem servilismo, sem conciliação com o atual Governo Federal em qualquer traição de classe, no entreguismo de terras raras, na privatização de rios e outros setores estratégicos”, disparou.
Prioridades
Entre as prioridades do mandato, Heloísa Helena defendeu a criação de um observatório para fiscalizar a execução orçamentária e a abertura de uma CPI para “investigação rigorosa” do Banco Master. “Quem for podre, que se quebre, esteja onde estiver”.
Também garantiu estar motivada a voltar à vida pública, segundo afirmou, por uma “injustiça profunda” vivida pelo deputado Glauber Braga. Para ela, a suspensão do parlamentar representa a punição a quem ousa enfrentar um sistema que classificou como “corrupto, carcomido e cínico”.