A indecisão do presidente da Câmara Legislativa, Joe Vale, está deixando o PDT mais desorientado que biruta de aeroporto. E a “saída honrosa” para a legenda poderá ser a candidatura própria ao Buriti. Neste cenário, desponta o nome do ex-secretário de Governo de Rollemberg, jornalista Hélio Dolye.
Joe dá a entender que prefere ser candidato ao Senado na coligação de Jofran Frejat (PR). Mas não bate o martelo. Isto dá margem a que seus correligionários, que gostariam de vê-lo disputando o Palácio do Buriti, oscilem entre a volta aos braços de Rodrigo Rollemberg, de onde saíram há poucos meses, ou procurem uma alternativa para candidatura própria.
Um grupo silencioso torce por uma “ordem superior” da executiva nacional – leia-se Carlos Lupi – para fechar a aliança com o PSB de Rollemberg. Mas a turma de Joe torce o nariz e fomenta a aproximação com Frejat.
Na certeza de que Joe não aceitará a missão de concorrer à sucessão do governador, e dificilmente apoiará um novo acordo com Rollemberg, o grupo que rechaça a aliança com Frejat procura um nome dentro do próprio PDT. Nesta decantação surgem o distrital Reginaldo Veras e o de Doyle.
“Indesejáveis” – Veras já avisou que não se sente preparado para a missão e que disputará a reeleição para a Câmara Legislativa. Doyle aposta que Ciro Gomes acabará exigindo a coligação com Rollemberg, para ter o apoio do PSB à presidência da República.
Mas cresce no PDT o sentimento de que a saída honrosa será a candidatura própria ao Buriti. Assim, os militantes mais à esquerda não poderão reclamar de estar no palanque de Frejat e seus “indesejáveis” aliados Tadeu Filippelli (MDB), José Roberto Arruda (PR) e Alberto Fraga (DEM), no plano local, e Jair Bolsonaro (PSL), no cenário nacional. E o grupo de Joe não poderá reclamar de voltar ao palanque de Rollemberg.
Hélio Doyle já está no aquecimento, para deleite de Carlos Lupi e de seu pupilo Georges Michel, presidente local do PDT.