Se estava ruim para Augusto Aras, a situação piorou após a
constatação de que hackers atacaram o sistema de informática
da Procuradoria Geral da República. A invasão ocorreu pouco
antes do primeiro turno eleitoral, de 5 a 13 de setembro de
2022, mas só veio a público agora.
A informação foi publicada em primeira mão pelo blog
Brasília, por Chico Sant’Anna. O alvo, segundo um informe da
Unidade de Proteção de Dados Pessoais do Ministério Público
Federal (UPDP-MPF), eram os dados pessoais coletados pelo
sistema de protocolo, utilizado por pessoas jurídicas para o envio
de correspondências ao MPF.
Empresas que usaram o sistema de protocolo estão sendo
alertadas pela UPDP-MPF. Segundo o informe, “as informações
pessoais constantes do banco de dados do sistema que podem
ter sido acessadas são ‘apenas’ o nome do usuário, telefone, e-
mail e IP”.
E complementa: “Não há indícios de que os dados tenham
ou estejam sendo utilizados para fins inadequados ou ilegais. De
todo modo, para prevenção de eventuais riscos que o incidente
possa lhe acarretar, recomenda-se atenção redobrada para
chamadas telefônicas recebidas de números desconhecidos e e-
mails maliciosos (phishing)”.
Polícia Federal investiga
Ironicamente, a invasão ocorreu pouco dias depois de o
MPF lançar com pompa a sua Política de Privacidade e Proteção
de Dados Pessoais, em 16 de agosto. A PGR foi procurada por
este colunista, mas não informou a quantidade de pessoas físicas
ou jurídicas afetadas pela invasão; se já foi identificada a origem
dos hackers e que avanços já ocorreram nas investigações sobre
a invasão e responsabilização dos autores e se o assunto foi
levado à Polícia Federal.
Até o momento, afirmou apenas que o “incidente” foi
comunicado à Autoridade Nacional de Proteção de Dados
(ANPD) e que já foram adotadas as medidas de segurança
necessárias a fim de cessar o possível acesso indevido e prevenir
novos incidentes e que os serviços e sistemas do MPF não foram
prejudicados e continuam totalmente operacionais.