Após quase três anos de falta de projetos e abandono dos serviços públicos do Distrito Federal, agora, a praticamente um ano das próximas eleições, o governador Rodrigo Rollemberg resolveu mostrar o esboço de sua suposta gestão e definiu a Habitação como sua menina dos olhos. Isso, vale ressaltar, depois de comandar, ao longo de seu desgoverno, milhares de derrubadas, em diversas regiões, de forma arbitrária e, ao mesmo tempo, de permitir o avanço de obras ilegais, como acontece hoje em Vicente Pires. Dá para entender? Não.
No fim de setembro, Rollemberg chegou a anunciar à imprensa local seu mais novo plano: um pacote de habitação popular (Zonas Especiais de Interesse Social – Zeis) para mais de 20 mil famílias que inclui ainda novas escolas e postos de saúde: um “faz de conta” tão mal ensaiado quanto às falas do governador. Se não dá conta nem de reformar escolas, centros de saúde e hospitais, como, então, pretende erguer novos? Falácia pré-eleitoral. O abandono do Centro de Saúde nº 8 do Gama, fechado desde 2015 para uma reforma que nunca saiu do papel, é um dos exemplos disso.
Podemos até ir além porque não faltam exemplos da inabilidade de Rollemberg para governar. E os pacientes e servidores do Hospital Regional do Gama (HRG) são as mais recentes vítimas da incompetência do governador. Na noite da última quinta-feira (2), as primeiras chuvas já alagaram a unidade de Saúde, inclusive as áreas reformadas, o que causou queda de energia e, inclusive, a interdição de diversos leitos. Para tentar conter as goteiras, os funcionários do HRG usaram baldes. As tristes cenas foram gravadas e amplamente divulgadas pela imprensa.
O governador parece ignorar o fato de que, além de teto, a população precisa de Saúde, Educação e Segurança: os pilares de qualquer gestão. No entanto, ainda assim, mesmo uma das escolas mais antigas de Brasília, erguida há quase 60 anos, o Centro de Ensino Médio Elefante Branco, nunca passou por qualquer reforma. Hoje, até partes do teto do colégio estão, literalmente, caindo. E Rollemberg nem sequer se constrange em anunciar que pretende construir mais escolas. Tudo, claro, ligado as tais Zonas Especiais de Interesse Social que miram diretamente nas eleições de 2018.
Rollemberg, que tanto bradou ser um dos representantes da nova política, recorre, agora, à política do pão e circo, do século VIII a.C, para tentar se salvar. Só que, em seu governo, há muito mais circo do que pão.