Em ato semelhante ao orquestrado pela Receita Federal nos últimos dias, o sindicato que representa os servidores do Banco Central (Sinal) iniciou movimento de entrega de cargos de chefia na autarquia nesta segunda-feira (3). A categoria também anunciou que aderiu à greve marcada para o dia 18 de janeiro, organizada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).
Os servidores pedem reajuste salarial após o Congresso aprovar previsão de reposição apenas para policiais federais no Orçamento de 2022, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o sindicato, o BC conta com 500 posições comissionadas. Em nota, o Sinal afirmou que será elaborada uma lista nos próximos dias com os nomes de quem aderiu.
Greve geral
De acordo com o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o objetivo da mobilização é reivindicar reajuste salarial não só para os policiais federais, mas também para o BC. “Vamos inviabilizar a administração porque não está sendo atendido o pleito justo também para servidores do BC”, completou.
O movimento começou com a entrega de comissões na Receita Federal. O Sindifisco (sindicato da categoria) estima que 951 auditores em postos de chefia já abriram mão de cargos comissionados até a última quinta-feira (30). Isso ultrapassa, segundo dados divulgados pela entidade, 90% dos efetivos.
Outras carreiras do Executivo federal e do Judiciário começaram a se queixar do aumento previsto para policiais. Entre elas estão os funcionários do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), peritos médicos e auditores agropecuários.
Veja a íntegra da nota do Sinal:
“Lista de entrega de comissões e substituições já está disponível; luta seguirá com paralisação no próximo dia 18
Além de não nos atender no final do ano passado, quando sua atuação era fundamental para conseguirmos os recursos no Orçamento 2022 para nosso reajuste salarial, o Presidente do BC nos “presenteou” no dia 31/12/2021 com um e-mail de fim de ano no mínimo lamentável. Muitos elogios ao trabalho dos servidores (merecidos, é claro), mas nenhum comentário sobre as duas grandes assimetrias que o funcionalismo do BC sofre em sua gestão:
1. Os policiais federais e os servidores da Receita Federal terão reajuste salarial em 2022, aprofundando ainda mais as diferenças remuneratórias entre o BC e carreiras congêneres; e
2. Já houve acordo na questão dos 28,86% para os servidores da Receita Federal, os do Tesouro Nacional, os Policiais Rodoviários Federais, os da Controladoria-Geral da União etc., mas não houve negociação para os servidores do Banco Central do Brasil.
De elogios inócuos e “tapinhas nas costas” os servidores estão cansados. O que se quer, de verdade, é ver o Presidente do BC entrar em campo para valer e conseguir resolver de uma vez por todas as duas assimetrias acima citadas. O momento exige, obviamente, uma priorização, a fim de não se perder o foco: a prioridade será a reestruturação, com reajuste salarial, dos cargos de Analista e Técnico.
Ainda sobre o referido e-mail de fim de ano, destacamos uma frase do Presidente do BC com a qual o Sinal concorda: “não existe espaço para lamentações”. Realmente não adianta lamentar, desabafar no WhatsApp. O único caminho real para resolvermos nossos problemas atuais é o das mobilizações! E, por isso, chamamos todos os servidores para os três processos de mobilização que o Sinal, o SintBacen e a ANBCB estão construindo em conjunto:
a) Assinar a lista de não-assunção de comissões, a qual já está disponível desde o mês passado, aqui (já temos mais de mil assinaturas, mas queremos ampliar a adesão);
b) Assinar a lista de entrega de comissões e substituições disponibilizada aqui; e
c) Preparar-se para o grande dia de protesto pela Reestruturação da Carreira a ser realizado em 18 de janeiro, com atividades virtuais para todas as praças e protesto presencial em Brasília.
Somente a mobilização trará nossas merecidas conquistas!“