O menor fluxo de clientes, combinado a atrasos ou ausência de funcionários, impactaram diversos negócios. Muitas lojas fecharam mais cedo para que os empregados tivessem tempo para pegar ônibus e voltar para casa.
- Advertisement -
A situação ficou especialmente delicada para o setor, pois ocorreu na semana que antecede o Dia dos Namorados, a terceira melhor data para os comerciantes. “A expectativa já não era boa. Para este ano, esperávamos um aumento de vendas entre 0,5% e 1% em relação a 2014. Com a greve, é provável que sequer alcançaremos a meta”, lamenta o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. Segundo ele, o desempenho do ano anterior havia sido prejudicado pela Copa do Mundo. “No ano passado, tivemos o problema com a abertura da Copa, que ocorreu no Dia dos Namorados. Agora, é a greve”, reclama.
Foi o caso de uma loja de cosméticos da Asa Norte, que enfrentou uma queda brusca no número de clientes desde o início da paralisação, na segunda-feira. “A greve dos rodoviários afetou toda a nossa rotina. Vendemos muito menos, porque houve poucos fregueses. Além disso, eu e as outras funcionárias tivemos várias dificuldades para chegar de ônibus até o trabalho, o que diminui a produtividade”, explica a vendedora Cláudia Oliveira, 39 anos, do Cruzeiro.
Alguns dos comércios mais atingidos pela greve foram as lojas da Rodoviária do Plano Piloto. Como dependem do movimento intenso do terminal para atrair clientes, os estabelecimentos ficaram quase parados nos últimos dias. “As vendas diminuíram praticamente 90%. O prejuízo é grande”, queixa-se a vendedora Débora Gondin, 26. A greve dos rodoviários também obrigou o negócio a fechar mais cedo. “Teve um dia em que os empregados precisaram ir embora cerca de 1h30 mais cedo para dar tempo de chegar em casa com segurança.”
O setor de serviços também enfrentou dificuldades com a greve, segundo o presidente do Conselho Federal de Economia (Confecon), Júlio Miragaya. “Todas as atividades são afetadas. Salões de beleza, por exemplo, sofrem com a falta de funcionários. Se há 20 prestadores de serviço, muitos deles não conseguem chegar ao trabalho por falta de transporte”, cita.
Leia mais:
Novo chefe da Casa Civil tem perfil técnico com traquejo político
Decisão de Hélio Doyle surpreende deputados, aliados e oposição