Metroviários do Distrito Federal entraram no quarto dia de greve nesta sexta-feira (16) com 24 trens em circulação e todas as estações abertas para embarque e desembarque. Metade dos servidores está trabalhando.
A audiência de conciliação entre a categoria e a empresa no Tribunal Regional do Trabalho nesta quinta terminou sem acordo. Assim, a greve vai a julgamento.
Como nos dias anteriores, o serviço vai funcionar apenas nos horários de pico – das 6h às 9h e das 17h às 20h30. No domingo, o sistema não deve funcionar.
De acordo com o sindicato da categoria, a greve acontece por tempo indeterminado, para cobrar a convocação dos aprovados em concurso em 2014 e reposição da inflação anual na data-base (pouco mais de 9%).
A entidade calcula haver déficit de cerca de 800 funcionários, e a empresa, 660. O quadro atualmente tem 1,2 mil servidores. O salário inicial de um agente de segurança da empresa é de R$ 2,9 mil, o mais baixo da empresa. O maior salário inicial é o de engenheiro – R$ 6 mil.
Por causa da defasagem de funcionários, é comum que catracas sejam liberadas para a entrada de passageiros. Segundo o sindicato, há 900 aprovados em concurso aguardando convocação.
Em nota, o Metrô afirmou não ter como fazer novas contratações por causa das limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “O governo tem dificuldades para aumentar as despesas com pessoal por conta dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Também não contrata os aprovados no concurso por conta dos impedimentos na LRF\”, diz trecho da nota.
A empresa diz que as contratações de terceirizados por licitação não são vedadas pela LRF, por serem enquadradas como custeio. \”No entanto, o Metrô trabalha para promover a substituição dos terceirizados por concursados assim que possível. Por isso, reduziu de 296 para 204 o número de vigilantes na última licitação, justamente para poder convocar mais aprovados da área de segurança”, disse o governo.
O serviço atende diariamente 170 mil pessoas, entre 6h e 23h30 de segunda a sábado e 7h às 19h aos domingos e feriados. O Metrô circula nas regiões mais populosas do DF – Ceilândia, Taguatinga e Samambaia. Ele também passa por Águas Claras, Guará e Plano Piloto. O sistema tem 42,3 quilômetros de extensão. A estação com maior fluxo é a da Rodoviária do Plano Piloto, por onde passam 20 mil pessoas por dia.
Faixas exclusivas liberadas
De acordo com o Departamento de Estadas de Rodagem (DER), as faixas exclusivas da EPTG e EPNB estarão liberadas para outros veículos enquanto durar a paralisação. A medida não inclui os corredores do BRT Sul, conhecido como Expresso DF. O Detran também liberou o tráfego nas faixas do Setor Policial Sul e das W3 Sul e Norte.
Ônibus extras
Para atender às regiões afetadas pela greve de metroviários, 45 ônibus extras entraram em circulação nesta manhã em várias regiões do DF. De acordo com o DFTrans, o sistema especial, que ainda poderá sofrer novos ajustes de acordo com as necessidades, funcionará enquanto durar a greve dos metroviários.
A empresa Urbi pôs dez coletivos articulados para atender à região de Samambaia. A São José acrescentou 15 ônibus articulados nas linhas que passam em Taguatinga e Ceilândia. Os moradores do Guará, Águas Claras, Taguatinga e Ceilândia contam com mais 20 veículos, também articulados, da empresa Marechal.