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Apontada pelos investigadores de ter sido usada pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para lavar dinheiro desviado da Petrobras, a Gráfica Atitude está em nome de dois sindicatos ligados ao PT: Metalúrgicos do ABC e Bancários. Segundo dados da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), um dos dirigentes que atuou na gráfica até 2010 é José Lopes Feijó, hoje assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência. Para o juiz federal Sérgio Moro, desta vez não há como falar que as operações feitas por Vaccari foram legais, tese até então defendida por seus dirigentes e pelo próprio acusado.
“Observo que, para esses pagamentos à Editora Gráfica Atitude, não há como se cogitar, em princípio, de falta de dolo dos envolvidos, pois não se tratam de doações eleitorais registradas, mas pagamentos efetuados, com simulação, total ou parcial, de serviços prestados por terceiro, a pedido de João Vaccari Neto”, afirmou o magistrado no despacho que autorizou a prisão do tesoureiro nesta quarta-feira.
A editora Gráfica Atitude funciona no 19º andar de um prédio no centro de São Paulo. A empresa é responsável pela publicação da “Revista do Brasil”, do site “Rede Brasil Atual” e um programa de rádio. No mesmo local funciona a redação de jornais de dois sindicatos. Em abril de 2012, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou a Atitude por fazer, em 2010, propaganda eleitoral considerada ilícita em favor da então candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef.
Nesta quarta-feira, após a prisão de João Vaccari Neto, a Força-Tarefa da Operação Lava-Jato afirmou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, usou a gráfica Atitude para lavar dinheiro desviado da Petrobras. Em novo depoimento aos investigadores, o empresário Augusto Mendonça, da Setal Óleo e Gás (SOG), um dos delatores do esquema de corrupção, afirmou que Vaccari pediu a ele pagamento de R$ 2,5 milhões à Atitude. Os pagamentos foram feitos mensalmente nos anos de 2010, 2011 e 2013.