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Palácio do Planalto e a cúpula do PMDB decidiram interromper as negociações sobre a possível sucessão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após avaliarem que ele deve permanecer no cargo pelo menos até o fim deste ano.
Integrantes do governo e caciques do PMDB acreditam que Cunha ainda tem apoio na Casa, e poderá recorrer a manobras regimentais para adiar o processo contra ele na Comissão de Ética da Câmara.
Suspeito de esconder contas bancárias na Suíça e acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, o peemedebista foi alvo de representação do PSOL e da Rede, que pedem a cassação de seu mandado.
Mesmo com o agravamento das denúncias, a ordem no Planalto era aguardar a definição da cúpula do PMDB sobre o nome que poderia substituir Cunha e apoiar a eventual candidatura aliada para a presidência da Câmara.
Mas o receio de se indispor ainda mais com o peemedebista, que trocou acusações com Dilma no início da semana, fez com que o governo suspendesse as negociações.
Nesta quarta (21), Cunha recebeu um novo pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma e tem repetido que, apesar de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter interrompido o rito proposto por ele para tramitar os processos na Casa, deferir ou não os pedidos ainda é uma decisão sua.
Cunha também conta com o apoio dos líderes dos dois principais partidos de oposição, o PSDB e o DEM, que consideram que, enquanto estiver no cargo, ele mantém a legitimidade para tocar o dia a dia do Legislativo. Publicamente, os dois partidos defendem que Cunha se afaste da presidência da Câmara, mas nos bastidores continuam lhe dando suporte político.
A preocupação do Planalto e de setores governistas do PMDB é que um debate sobre a sucessão na presidência da Câmara neste momento possa enterrar a tentativa de acordo de trégua do governo com Cunha e prejudicar as votações no Congresso.
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Para evitar que ele tenha controle do processo de sucessão, a cúpula do PMDB pretende levar a definição de um nome para substituir Cunha à Executiva Nacional do partido, que deve se reunir somente no ano que vem.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), era visto pelo Planalto como uma alternativa a Cunha na presidência da Casa, mas seu nome foi esvaziado pelos próprios colegas de partido, que não se sentiram representados pelas indicações de Picciani na reforma ministerial.
O Planalto também teme uma nova derrota na disputa pela sucessão da Câmara.
Em fevereiro, quando Cunha foi eleito presidente da Casa, o governo apoiou a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP). A derrota na eleição da Câmara é vista como o início da crise política que acomete o governo.
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