Com a retomada das aulas na rede pública de ensino, os ministérios da Saúde e da Educação iniciaram, na terça-feira (21), uma campanha de mobilização contra a dengue nas escolas. A proposta é ampliar o combate ao mosquito Aedes aegypti e conscientizar a população sobre o aumento dos casos da doença no país.
A ação faz parte do Programa Saúde na Escola, reestruturado em 2023. Ao longo dos próximos meses, as escolas vão realizar atividades lúdicas sobre o tema, como gincanas, teatros educativos, oficinas criativas, palestras, murais da prevenção e concursos para engajar crianças, adolescentes e jovens no combate à dengue.
O programa vai divulgar ainda guias educativos, podcasts, vídeos e lives com especialistas. “Para que a gente possa, juntos, enfrentar algo que é grave e que afeta a vida das pessoas, que é o problema da dengue”, ressaltou o ministro da Educação, Camilo Santana, durante o lançamento da ação em Ceilândia.
“Essas ações precisam começar nas escolas”, completou, ao citar que “a força de mobilização dessa turma é muito forte”. A expectativa, segundo o MEC, é de que 25 milhões de estudantes sejam orientados sobre o combate a arboviroses em mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
Até segunda-feira (19), o Brasil havia registrado 113 mortes por dengue nas sete primeiras semanas de 2024. Outros 438 óbitos estavam sob investigação. Os casos prováveis da doença se aproximam de 700 mil, de acordo com informações do Ministério da Saúde.
“É uma doença que nos afeta há mais de 40 anos. Este ano, temos vários sorotipos da dengue circulando, o que aumenta o número de casos, além do aumento do mosquito com as mudanças climáticas, calor excessivo, mudança nas chuvas e tudo o que estamos vivendo”, avaliou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “As causas são conhecidas. O que precisamos fazer é mostrar que somos capazes de enfrentar esse desafio e vencer, com essa grande mobilização nacional”, acrescentou.
Segundo Nísia Trindade, a Pasta reuniu, na terça-feira (20), mais de 4 mil agentes de endemias e agentes comunitários de saúde para discutir ações emergenciais de combate à doença. “Os agentes são mensageiros da saúde, mas eles são, sobretudo, agentes. Levam a mensagem, mas estão atuando junto conosco”.
Ibaneis reforça equipes no DF
No lançamento da campanha nacional, o governador Ibaneis Rocha anunciou que o DF vai ganhar o reforço de 741 profissionais da saúde para atendimento à população. Serão nomeados 200 médicos temporários, 180 técnicos de enfermagem, 156 enfermeiros, 115 agentes comunitários de saúde e 90 médicos especialistas, todos efetivos.
“Isso tudo para reforçar o combate à dengue em nossos hospitais, nas nossas tendas, ajudando cada vez mais a população do Distrito Federal”, declarou Ibaneis.
Para a contratação dos médicos temporários, o GDF vai investir R$ 27,1 milhões. Para as demais carreiras, apenas neste ano, serão R$ 48,2 milhões. Os recursos estão garantidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.
Saiba+
Dados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) mostram que 75% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção.