Em entrevista ao programa VIVA VOZ, do Diário de Goiás, nesta terça-feira (5), o governador Marconi Perillo (PSDB) comentou a declaração do ministro Henrique Meirelles em entrevista à Folha de S. Paulo, que disse que governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não será candidato do governo para a Presidência da República e que “comprometimento claro” do PSDB com as reformas do presidente Michel Temer (PMDB). “Eu diria que essa declaração do ministro foi um momento não tão feliz. Eu acho que ele precisa ser tão bom em política quanto ele é em economia. (…) Na área de política, eu acho que ele ainda precisa ter um pouco mais de cautela. Eu costumo dizer cada macaco no seu galho. Eu nunca inventei de ser cantor ou jogador de futebol porque eu não tenho talento para isso. Acho que ele talvez pudesse ter tido um pouquinho mais de cautela, de cuidado ao fazer esse tipo de exposição”, disse.
O governador ressaltou que a declaração deve ter criado algum “embaraço até para o governo”, uma vez que os votos do PSDB são fundamentais para a aprovação das reformas, principalmente da Previdência.
“Com certeza deve ter criado algum embaraço até para o governo, que precisa apoiar a reforma previdenciária. O ministro Meirelles depende da aprovação da reforma previdenciária, e sem os votos do PSDB, isso já foi dito claramente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, essa reforma poderá não ser aprovada, e ela é importantíssima, sob pena de tudo que vimos acontecer agora significar um voo de galinha. Ou seja, começa a crescer, a melhorar o ambiente econômico e depois volta tudo à estaca zero. O que nós mais queremos é que essa política econômica seja uma política sustentável daqui para frente, que a inflação continue baixa nos próximos anos, que os juros continuem baixos, que o PIB continue crescendo para que a gente possa ter de novo uma dinâmica favorável ao país na área econômica, e que os empregos voltem para valer”, afirmou.
Gestão política x gestão administrativa
Para exemplificar melhor o quanto o ministro ainda deve aprender sobre política, Perillo ressaltou que um político precisa ser bom tanto em gestão política quanto em gestão administrativa, e que deve haver sempre um equilíbrio entre as duas.
“Não dá para fazer gestão administrativa sem gestão política, nem gestão política sem gestão administrativa. O gestor público precisa ter esse equilíbrio. Precisa ser bom gestor administrativo e bom gestor político também. Senão as coisas empacam. Quando eu falo gestor político, não é só saber lidar com a Assembleia, com a Câmara ou Senado, é lidar com a política em relação a todas as instituições públicas ou privadas, associações, sindicatos, entidades da sociedade civil, enfim. O bom gestor político é o que sabe conviver, dialogar e ouvir a sociedade como um todo”, concluiu.