Em 2017, um ano após o golpe que destituiu uma presidenta honesta e legitimamente eleita e colocou no lugar o grupo de investigados por corrupção comandado pelo ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), uma minoria rica formada por apenas 10% dos brasileiros concentrava 43,3% da renda total do país. Já para os 10% mais pobres sobraram apenas 0,7% da renda total.
Se forem considerados apenas os 1% dos brasileiros que estão no topo, a renda média foi de R$ 27.213 por mês (36,1 vezes a mais do que a média recebida pela metade mais pobre da população, que ganhava R$ 754 por mês). A desigualdade é maior na região Nordeste, onde onde os mais ricos embolsaram 44,9 vezes a mais do que os mais pobres.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – Rendimento de todas as fontes de 2017, divulgada na última quarta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com Temer, constata a pesquisa, a renda média da metade mais pobre da população caiu 2,5% de 2016 para 2017. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita (por pessoa) foi de R$ 1.271 em 2017 e de R$ 1.285 em 2016. Nas regiões Norte (R$ 810) e Nordeste (R$ 808) foram registrados os menores valores. Na Região Sul, o maior (R$ 1.567).
Menos brasileiros recebem Bolsa Família
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também alertou que os golpistas iriam reduzir ou até mesmo acabar com os programas sociais. Entre 2016 e 2017, caiu de 14,3% para 13,7% o percentual de domicílios brasileiros que recebiam dinheiro do Programa Bolsa Família.
As regiões Norte (25,8%) e Nordeste (28,4%) foram as que apresentaram os maiores percentuais. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita nos domicílios que recebiam o Bolsa Família foi de R$ 324 e naqueles que não recebiam foi de R$ 1.489.
Índice de Gini – O índice de Gini mede a concentração de uma distribuição e varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima). No Brasil, o Índice de Gini do rendimento médio mensal real efetivamente recebido de todos os trabalhos foi de 0,525 em 2016 para 0,524 em 2017.
O Sudeste passou do segundo maior índice em 2016 (0,520) para o segundo menor em 2017 (0,510). Nesses dois anos, o Sul apresentou as menores desigualdades (0,465 em 2016 e 0,469 em 2017) e a região Nordeste, as maiores (0,545 em 2016 e 0,559 em 2017).