Na edição 675 (de 15 a 21 de junho), o Brasília Capital destacou em sua capa o drama do Luiz Perillo. O arquiteto brasiliense de 35 anos passou mais de dois anos (precisamente 870 dias) internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após descobrir uma trombose, precedida de fortes dores na virilha.
A história contada pelo colunista Júlio Pontes repercutiu nacionalmente. No sábado, 13 de julho (quase um mês depois), o portal G1 e a Globo News publicaram matéria da repórter Poliana Casemiro sobre o drama do paciente que espera há anos pelo transplante de cinco órgãos de um mesmo doador.
“Se a espera pela doação de um órgão já é difícil, imagina precisar de cinco?”, questiona a reportagem do sistema Globo. “A minha vida não depende de mim, mas de um doador. Não tem o que eu possa fazer por mim mesmo a não ser esperar e me manter firme”, responde Luiz Perillo.
Segundo a reportagem, que segue o mesmo raciocínio do colunista do Brasília Capital, “a equação que pode salvar a vida de Perillo é tão complexa quanto ganhar na loteria:
- Ele precisa de estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim;
- Todos os órgãos precisam estar intactos;
- Precisam ser do mesmo doador;
- Enquanto aguarda, ele ainda precisa se manter saudável para o momento da cirurgia.
Além disso, o procedimento não faz parte do protocolo do SUS. Isso significa que não há investimento destinado para esse tipo de cirurgia, poucos hospitais fazem e, consequentemente, há poucas vagas, o que torna a espera ainda mais longa.
Perillo está na fila de espera há três anos. Em todo o Brasil, outras cinco pessoas precisam desse transplante. No País, são mais de 40 mil pessoas à espera de algum transplante.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que “o Transplante Multivisceral (TMV) é realizado no Brasil por meio de convênios e similares. Atualmente, seis estabelecimentos de saúde estão autorizados a realizar o procedimento, sendo que quatro deles atendem pelo SUS e estão localizados nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
“Com relação à incorporação da tecnologia no SUS, a Secretaria-Executiva da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recebeu a solicitação de avaliação, e o tema será pauta das próximas reuniões para discussão”.