A UTC Engenharia doou R$ 1 milhão para a campanha ao governo de José Roberto Arruda (PR). O dinheiro foi captado no ano passado pelo então senador Gim Argello (PTB-DF), aliado do ex-governador que tentava retornar ao Palácio do Buriti, segundo relato de políticos que participaram da coligação. Em processo de delação premiada na Operação Lava-Jato, segundo reportagem de O Globo, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, declarou que pagou propina a Gim em troca de proteção na CPI da Petrobras. Na campanha de 2014, Gim era o principal caixa das campanhas da coligação PR-PTB-PMN-PRTB. Arruda recebeu também R$ 1,9 milhão da Toyo-Setal Empreendimentos, outra empresa investigada no esquema de corrupção da Petrobras. As doações das duas empreiteiras representam 69% do montante captado por Arruda na campanha, até abrir mão da candidatura.
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Deputado distrital por dois mandatos, Gim foi candidato nas últimas eleições à vaga do Distrito Federal no Senado, mas perdeu. Ele obteve 271 mil votos, ficando em 2º lugar na disputa. Em sua passagem pelo Senado, entre 2007 e fevereiro deste ano, foi um dos principais articuladores da base aliada do governo de Lula e, depois, do primeiro mandato de Dilma. A presidente, aliás, chegou a apoiar o nome de Gim quando ele foi apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para uma vaga no Tribunal de Contas da União, em abril passado.
O vazamento de informações e nomes da delação pelo empresário Ricardo Pessoa, da UTC, vêm tirando o sono de políticos desde a última quarta-feira, quando ele esteve em Brasília para assinar o acordo com o Ministério Público. Na delação premiada, Pessoa relacionou ainda como beneficiários do esquema o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-ministro Edison Lobão (PMDB), e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney. Também teria revelado o nome de cinco parlamentares federais e de uma autoridade militar, além de um parente de um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). As informações são do jornal O Globo. Fora da Lava-Jato, Gim já é alvo de pelo menos seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), embora nenhuma delas tenha se tornado uma ação penal.
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