Detido desde abril na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-senador Gim Argello tirou todo o dinheiro que tinha no banco e em suas empresas antes de ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. A atuação do ex-parlamentar do Distrito Federal é levantada pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, em resposta a um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Gim, em tramitação no Supremo Tribunal Federal.
R$ 7,2 milhões.
“O bloqueio de ativos decretado por este juízo a pedido do MPF para recuperá-lo teve resultados pífios”, avaliou Moro, no ofício enviado a Teori, em que defendeu a manutenção da prisão do ex-senador. “Remanesce o risco para recuperação do produto do crime, tendo o paciente, em liberdade, melhores condições de ocultar seu patrimônio da ação da Justiça e de prosseguir em atos de lavagem de dinheiro.”
Interlocutores de Gim Argello ouvidos pela reportagem ontem consideraram a avaliação de Moro descabida por não ter nenhuma base em documentos. Segundo eles, há mais de um ano, o saldo da conta do ex-senador permanece o mesmo. Ou seja, não haveria nenhuma possibilidade de terem havido saques com a intenção de se prevenir um confisco futuro ou uma prisão.