O lançamento da autobiografia O Menino que Tinha Medo de Gente, que aconteceu na noite de 8 de setembro, reuniu mais de 90 pessoas no restaurante Carpe Diem. Foi um sucesso de frequência per capita. Não obstante o resultado auspicioso da honrosa presença de amigos, senti a falta de um dos protagonistas dessas memórias rabiscadas durante dois anos: o repórter-fotográfico Gervásio Baptista. Adoentado, ele não pôde comparecer, mas foi representado por sua filha Selma.
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Por iniciativa de meu filho Cláudio, reencontrei Gervásio no último domingo (20), acompanhado de Selma, além de sua jovem nora e netinha de quatro anos. Ao sabor de culinária baiana no Ki Mukeka, falamos dos bons tempos da revista Manchete, na qual ele começou a trabalhar ainda adolescente no Rio de Janeiro, e só a deixou aqui na sucursal de Brasília, após a falência fraudulenta decretada em 1995. A propósito, também estavam presentes o jornalista Marcus Achiles e sua esposa Audry, que faziam parte da equipe brasiliense daquele importante hebdomadário fundado pelo saudoso Adolpho Bloch.
Nas reportagens realizadas em garimpos e tabas de índios na selva amazônica, variando por incursões em Nova Iorque e cidades asiáticas, como Tóquio e Hong Kong, relembramos o meu internamento, em 1963, num hospital sujo de Jakarta, para onde fui levado amarrado numa camisa de força com desconfiança de que estivesse contagiado pela Cólera Morbus.
Desesperado, Gervásio correu à procura de nosso embaixador na capital indonésia. Como bom repórter, ficou sabendo que o dito diplomata fugira do forte calor local e se encontrava curtindo o ar fresco da montanha, em companhia de um jovem namorado, episódio na época dramático, mas que ao relembrá-lo tantos anos depois nos proporcionou boas gargalhadas, incluindo outros riscos profissionais que enfrentamos e que, graças a Deus, não se transformaram em tragédias!
Para quem começou na imprensa ainda menino e ainda hoje empunha sua máquina fotográfica aos 93 anos de vida ativa, somados aos sensacionais flagrantes de presidentes, papas, rainhas e figuras históricas como Fidel Castro e Che Guevara –, Gervásio Baptista é considerado verdadeira lenda do jornalismo não só do Brasil, mas também de países do chamado primeiro mundo!
Filosofando, com a ajuda de Sócrates
Parabéns, Juscelino – onde estiver!
A única solução para salvar o Brasil