O Distrito Federal é a sexta unidade da Federação com a menor taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) terça-feira (5). O estudo é referente ao ano de 2016, em que os assassinatos vitimaram no País cerca de 60 mil pessoas.
Com taxa de 25,5, o DF fica atrás de São Paulo (10,9), de Santa Catarina (14,2), do Piauí (21,8), de Minas Gerais (22) e de Mato Grosso do Sul (25). Brasília teve uma das maiores quedas de 2011 a 2016. A variação foi de -26,1%, atrás apenas do Espírito Santo, com variação negativa de 32,2%.
De acordo com o subsecretário de Gestão da Informação da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, Marcelo Durante, a realidade vai contra a percebida no País. A taxa total de homicídios no Brasil é 30,3. De acordo com a análise, essa é a primeira vez na história que se supera a marca de 30 mortes a cada 100 mil habitantes. Apenas sete unidades federativas apresentam diminuição do indicador. Oito têm aumento inferior a 50%; outras oito, aumento entre 50% e 100%; e quatro apresentam crescimento superior a 100%.
No entanto, a análise publicada pelo Ipea, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, baseia-se no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o que não leva em conta, por exemplo, se são casos de homicídio doloso ou culposo. Por isso, há uma diferença nos dados apresentados no estudo e nos acompanhados oficialmente pela secretaria. Nos registros internos, a taxa é de 21,5, considerando apenas assassinatos em que o autor teve a intenção de matar. O número foi o menor últimos 23 anos no DF. Em 2017, a taxa de 16,3 foi a menor dos últimos 29 anos.
Redução de registros
A integração entre os órgãos de governo com as forças de segurança e a comunidade foi determinante para que o DF alcançasse o resultado, na visão de Durante. A medida é o princípio do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, programa de governo na área de segurança. “A gente consegue cada vez mais pacificar o ambiente atuando na melhoria dele, em termos de limpeza, iluminação e policiamento”, resume o subsecretário.
A pesquisa ainda apresenta recortes relacionados a faixa etária, sexo e utilização de armas de fogo no crime. Se comparados 2014 e 2016, por exemplo, o DF teve queda em crimes contra jovens de 15 a 29 anos (11,6%) e negros (20,3) e em homicídios praticados com arma de fogo (21,7), que ainda representam o principal meio utilizado para os crimes. Isso, segundo Marcelo Durante, é resultado de maior inclusão dos jovens com iniciativas como o Viva Brasília nas Escolas. “Os jovens tanto são vítimas como autores”, explica. “Então, é positivo vermos esses dados para perceber que a política de 2014 para cá está tendo impacto.”
Veja resumo dos dados da pesquisa divulgada pelo Ipea sobre homicídios nos estados e no DF.
*Com Agência Brasília