Após o anúncio do fim do racionamento de água no Distrito Federal a partir de 15 de junho, feito ontem (3) pelo governo local, o diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, disse hoje (4) que não acredita na necessidade de um novo racionamento, mas informou que os níveis dos reservatórios serão acompanhados até o fim do ano e novas medidas podem ser adotadas.
De acordo com a Resolução 8 da Adasa, caso os dados da curva de referência estabelecendo o nível dos reservatórios, até o final do ano, se afastem da trajetória, a agência poderá adotar medidas para que seja mantido o traçado original. “Nós vivemos um período de muita incerteza climática. Temos que manter a população alerta e ciente de poupar muito a água, de forma a garantir a manutenção da curva e chegar até o próximo período chuvoso em segurança”, ressaltou Salles.
O dirigente reconhece que os níveis de chuva no reservatório do Descoberto, responsável pelo abastecimento de 64% do Distrito Federal, estarem abaixo da média histórica, mas acha que novo racionamento é improvável. “Nós confiamos que não será necessário. Há muitos elementos que nos permitem essa segurança, como as novas fontes de abastecimento do Paranoá e do Bananal e também o trabalho junto aos irrigantes para o consumo mais racional”, disse o diretor-presidente, em entrevista coletiva.
Segundo a Adasa, se o consumo voltasse aos índices anteriores ao racionamento, o nível do Descoberto ficaria negativo. Com a ampliação da captação, pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), de 3,3 para 4,3 metros cúbicos por segundo; e o aumento autorizado de retirada de água dos córregos, pelos irrigantes, por seis horas diárias – conforme estabelece a Resolução 8 da Adasa; o volume útil do reservatório deve chegar ao piso mínimo de 21,9%, em novembro.
O diretor-presidente informou que após o término do racionamento haverá reuniões mensais com a Caesb, Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal, e, periodicamente, com o Grupo de Acompanhamento, para avaliar o consumo, além de campanhas publicitárias e outras iniciativas que garantam a segurança hídrica no período de estiagem.