Com a não reeleição de Agnelp Queiroz, empresas param de prestar serviços com medo de calote. GDF garante que a situação está sob controle
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O Distrito Federal passa por uma crise. Falta dinheiro para pagar fornecedores e vários serviços essenciais estão sendo paralisados por decisão de empresas contratadas pelo governo e de greves dos trabalhadores, que se multiplicam em vários setores. O governo alega que não há crise na gestão pública e que todos os problemas serão resolvidos até o final do ano.
Na quarta-feira (12), o secretário de Comunicação, André Dutra, foi incisivo: \”o GDF não está quebrado\”. Segundo ele, as empresas estariam fazendo cobranças antes do prazo previsto por lei. \”Como o governador Agnelo não foi reeleito, as empresas passaram a reclamar de atrasos de dez dias. A lei assegura prazos de até 90 dias, tempo utilizado pelos gestores públicos para conferir as faturas e verificar se os serviços foram efetivamente realizados\”, disse.
Transporte
Segundo Duda, as empresas que prestam serviços ao GDF estão fazendo uma \”pressão indevida\”, com receio de calote. A Viação Pioneira, responsável pela bacia 2 do transporte público do DF, que atende Itapoã, Paranoá, Jardim Botânico, Lago Sul, Candangolândia, Park Way e São Sebastião, além do Expresso DF em Santa Maria e Gama, não pagou os funcionários alegando não ter recebido um repasse de R$ milhões do governo. Em consequência, os rodoviários cruzaram os braços durante oito dias, deixando 200 mil usuários sem ônibus.
A paralisação foi encerrada na quinta-feira (13), após a empresa receber parte do dinheiro e quitar seus débitos com os funcionários. A solução do problema aconteceu exatamente no prazo previsto por André Duda. Ele afirmou que, se o serviço não voltasse a operar normalmente na quinta-feira (13), a Pioneira seria multada. \”O GDF diz que deve R$ 14 milhões e a empresa afirma que são R$ 70 milhões. O governo precisa ter a responsabilidade de fazer as coisas corretamente para que a população não seja punida\”, destacou.
Refeições
A Sanole, fornecedora de alimentação para 16 hospitais públicos e cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), também alegou falta de pagamento de suas faturas e suspendeu a entrega de refeições para acompanhantes de pacientes. O único não atingido em toda a rede foi o Regional de Santa Maria, que opera sob outro contrato. De acordo com Duda, uma fatura de R$ 2 milhões foi quitada na terça-feira, e outra de R$ 8 milhões foi paga na quinta-feira. E o serviço já foi retomado.
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\”Um conselheiro do Tribunal de Contas informou que o governo está com um déficit de R$ 2,3 bilhões, o que não é verdade. Isso só será conhecido no dia 31 de dezembro, no fim do governo\”. O conselheiro é Renato Rainha, que deu entrevista à TV prevendo que o rombo pode chegar a R$ 3 bilhões.
Dentro dos hospitais não faltam apenas as refeições. Há carência de médicos e de medicamentos, o que tem tirado o sossego da população. A desconfiança com o governo tem gerado insegurança em diversas categorias, que não tiveram suas reivindicações atendidas e ameaçam parar as atividades. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU), com apenas dois dias de paralisação, deixou várias cidades cobertas de lixo.
Em Águas Claras, a moradora Sara Lima registrou uma imensidão de lixo que se formou com a ausência dos garis, atrapalhando até o trânsito da Rua 14 Norte. Seguranças de hospitais e funcionários do zoológico também ameaçam entrar em greve.