Depois de vários dias de disputa, o Governo do Distrito Federal (GDF) desistiu de impor a militarização no Centro Educacional Gisno, na Asa Norte. A disputa entre o querer da comunidade escolar e o do governo Ibaneis levou até à queda do ex-secretário de Estado de Educação, Rafael Prudente.
No dia 17 de março, quando a escola realizou uma votação, pais, estudantes e professores optaram por não aderir à militarização. Na ocasião, o governador Ibaneis (MDB) afirmou que faria a gestão compartilhada de qualquer jeito e que começaria, justamente, pelas duas escolas que se recusaram a ter esse modelo de gestão: o Gisno e o CEF 407, da Samambaia.
A reação no Gisno foi intensa. A comunidade escolar recorreu ao sindicato da categoria – Sinpro-DF – e à Justiça para impedir o gesto do governador. Em nota, divulgada nesta quarta-feira (4), a Secretaria de Educação disse que vai manter os resultados da eleição sobre a implementação do programa no Gisno. “No futuro, a secretaria poderá também rever sua decisão sobre o Gisno e fazer uma nova consulta\”.
A condição para um novo pleito, segundo a nota, é a análise dos índices de violência no colégio. Quanto ao CEF 407, de Samambaia, o governo desistiu. Irá fazer uma nova consulta na unidade. A decisão de repetir a votação foi tomada depois que um estudante de 15 anos ser esfaqueado em frente à escola, em 19 de agosto.
O governo diz que, depois da facada em frente à escola na semana seguinte à votação, houve solicitações para a adoção da militarização na escola. \”A secretaria considerou os fatos graves e decidiu refazer a votação” afirma em nota.
Decisão democrática
A escolha do modelo de gestão foi realizada por meio de votação entre membros
da comunidade escolar nas seis escolas públicas que o governo Ibaneis escolheu
para trabalhar com a gestão compartilhada. No início do ano, quatro unidades de
ensino da rede pública adotaram o modelo em fevereiro deste ano.
O atual secretário de Educação, João Pedro Ferraz, disse que fará visitas ao Gisno e ao CEF 407 de Samambaia nos próximos dias. O secretário pretende conversar diretamente com as duas comunidades escolares.
O governo Ibaneis decidiu expandir a gestão compartilhada neste segundo semestre e pretende adotar esse tipo de gestão em 40 escolas até o fim do seu mandato. Confira as escolas que serão militarizadas:
Centro de Ensino Fundamental 19 (Taguatinga),
CEF 407 (Samambaia);
Centro Educacional Gisno (Asa Norte);
CEF 05 (Paranoá) e
CEF 01 (Núcleo Bandeirante).
Do total de instituições, três tiveram resultados favoráveis à mudança: CEF 1 do Núcleo Bandeirante, CED 1 do Itapoã e CEF 19 de Taguatinga. Dois colégios rejeitaram a militarização: CEF 407 de Samambaia e Gisno, na Asa Norte.
Com informações do G1