Íris Lúcia e Gabriel Pontes
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A Copa do Mundo está chegando e os 3,4 mil táxis e 7.500 taxistas do Distrito Federal se tornam cada dia mais raros nas ruas, estacionamentos e pontos de taxias de Brasília e, principalmente, das cidades-satélites. Ciente do problema, o GDF começou a se mexer.
Em março, a Secretaria de Transportes prometeu mais 500 concessões, mas a iniciativa ficou no papel. “O edital de licitação ainda não saiu”, declarou à imprensa o secretário-adjunto de Transportes, José Ronaldo Persiano, atribuindo o atraso a insuficiência técnica e à burocracia.
Estima-se que haverá 30 mil inscrições e o sistema só estará capacitado para receber esta demanda num prazo de 90 dias. Só então, o edital da licitação poderá ser publicado.
A saída para fugir da burocracia foi o governador Agnelo Queiroz decretar a permissão para até três motoristas trabalharem com o mesmo veículo. E o GDF pode, ainda, convocar os taxistas a trabalhar. Assim, caso a categoria decida cruzar os braços em protesto aos gastos feitos com o Mundial, o governo lançará mão do direito de convocar os permissionários a trabalhar, para assegurar o atendimento à população e aos turistas.
A presidente do Sindicato dos Permissionários de Táxi e Motoristas Auxiliares do DF (Sinpetaxi), Maria do Bonfim Pereira de Santana, a Mariazinha, informou ao Brasília Capital que “realmente existe um pequeno grupo dentre os taxistas que está aproveitando a chance de estarmos em ano eleitoral para fazer movimentos totalmente políticos. Eles falam mesmo em boicotes e protestos para desestabilizar o governo”.
Porém, Mariazinha afirma que o verdadeiro motivo da possível paralisação de taxistas durante os jogos da Copa em Brasília “é o atraso na licitação para concessão de táxis e regularização de alguns veículos que ainda estão pendentes, como é o caso das viúvas de concessionários”.
Ela destacou, contudo, que a licitação vai sair, mesmo com atraso, e que “o governo tem medidas para atender toda a demanda durante a Copa”, referindo-se à autorização do GDF para que, além do concessionário, outros dois motoristas possam trabalhar no mesmo veículo, utilizando-o, assim, 24 horas. A presidente do Sindicato dos Taxistas acredita que essa medida será eficaz e atenderá bem o público durante os dias do evento.
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Além disso, Mariazinha duvida que os taxistas mencionados por ela possam influenciar toda a categoria, ressaltando que “o sindicato não apoia o grupo e não vai permitir que esse movimento político, com fins eleitoreiros, faça baderna”.
Fuga do centro – O alto preço dos hotéis no centro urbano de Brasília levará turistas para as cidades-satélites. Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Cruzeiro e até Planaltina estão na rota dos turistas que tentam fugir dos valores exorbitantes cobrados pela hospedagem próxima ao Estádio Nacional Mané Garrincha. Quem gostou da novidade foram os taxistas. Os profissionais estavam desmotivados pelas corridas pequenas que fariam dos Setores Hoteleiros Sul e Note do Plano Piloto para o estádio e para os restaurantes da capital. Com os turistas ficando mais longe do centro, os táxis serão mais acionados. E as corridas, claro, ficarão mais caras.