O Governo do Distrito Federal abriu, nesta quinta-feira (11), 30 novos leitos de UTI para pacientes de covid-19. Mas a situação permanece grave. As medidas já tomadas para reduzir a taxa de transmissão do novo coronavírus estão surtindo efeito, principalmente o toque de recolher a partir das 22h.
Embora todas as alternativas estejam sendo avaliadas, o GDF esclarece que nenhuma medida restritiva mais radical foi decidida, ao contrário do que sugerem postagens em texto e áudio que circulam pelas redes sociais.
“São notícias falsas que citam reuniões que não aconteceram e até decisões que sequer foram discutidas. O GDF continua apostando na sensibilidade das pessoas para que se preservem observando as medidas de segurança sanitária recomendadas por médicos: evitar aglomerações, usar máscara e higienizar as mãos com álcool gel ou água e sabão”, diz nota distribuída pela Secretaria de Comunicação.
Novos hospitais
Membros da força-tarefa de enfrentamento à covid-19 do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) receberam representantes de órgãos de controle, da Secretaria de Saúde e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) para apresentação de diretrizes para a construção de três hospitais de campanha.
As novas unidades foram anunciados pelo governo local para oferecer mais 300 leitos a pacientes que precisam de tratamento contra o novo coronavírus. “O que nos interessa é a segurança jurídica, a transparência e a exatidão em todas as fases de instalação desses hospitais”, defendeu o coordenador da força-tarefa, procurador de Justiça José Eduardo Sabo.
Cada unidade terá 100 leitos com suporte ventilatório e devem ser instalados no Plano Piloto, Ceilândia e Gama, próximos a hospitais de referência. O investimento é de R$ 36 milhões para as estruturas, e o prazo para a entrega pela Novacap é de 20 dias.
O presidente da Novacap, Fernando Leite, comparou a pandemia a uma guerra, e considerou o diálogo prévio com os órgãos de controle uma iniciativa inédita, que “demonstra a grande responsabilidade e compromisso de todos os envolvidos, que é salvar vidas”.
O diretor financeiro da companhia, Rubens de Oliveira, esclareceu que a contração das estruturas será realizada por pregão simplificado, e que o processo de especificações da contratação para o lançamento do edital deve ser concluído até sexta-feira (12) para ser publicado no início da próxima semana.
Judicialização
O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, declarou que, hoje, o DF conta com mais leitos de UTI em relação ao início da crise sanitária, mas que a adesão da população a medidas de isolamento social também foi maior durante a chamada primeira onda.
“Nos próximos dias, serão disponibilizados mais 107 leitos de UTI, e acredito que a saída mais rápida, neste momento, é a mobilização dos hospitais de campanha”, afirmou. Ele também disse que o aumento de infectados no país tem causado grande judicialização por leitos de UTI de pacientes do Entorno. “Verificamos que 38% das internações, atualmente, são de pacientes de fora do DF”.