O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, vai ficar mais caro a partir desta quinta-feira (1º) em todo o país. No Distrito Federal, a Associação Brasiliense das Empresas de Gás estima um reajuste de R$ 12 a R$ 15 no valor do botijão, que até então era vendido por preços entre R$ 55 e R$ 70, respectivamente. Na prática, o consumidor pode sentir um impacto de até 21,4% no gasto.
Diretora da entidade, Cyntia Moura Santo afirma que o aumento é anual e ocorre sempre em setembro para repassar reajustes no custo de produção e com pessoal, desde as distribuidoras até as revendedoras. De acordo com a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), as distribuidoras comunicaram um reajuste de 10% em média em todo o país.
O botijão de gás mais barato é encontrado em regiões mais afastadas do centro, como Samambaia e Recanto das Emas. No Plano Piloto, o gás é mais caro porque o empresário tem um gasto maior para manter o negócio, afirmou Cyntia. O aluguel é mais caro, por exemplo.
\”Agora, o consumidor tem que ficar atento para não se deixar enganar por revenda clandestina. Aqui no DF é muito comum\”, disse. \”[O profissional] Tem que entregar nota fiscal, tem que ter veículo identificado, funcionário uniformizado. Até porque coloca em risco a segurança do cliente, que põe um desconhecido em casa, e do seu patrimônio, já que é um produto de alto risco.\”
Em setembro do ano passado, a Petrobras reajustou os preços do GLP em 15%. Foi o primeiro aumento do preço do gás de cozinha desde dezembro de 2002.
Condenação
Em junho deste ano, o Tribunal de Justiça do DF condenou três empresas distribuidoras de gás de cozinha por formação de cartel. A Liquigás, a Supergasbrás e a Nacional Gás terão de pagar cada uma R$ 250 mil por danos morais coletivos.
O processo corre na Justiça desde 2013. Na decisão, os desembargadores afirmam que as distribuidoras uniformizam preços de venda e revenda do gás de cozinha, gerando prejuízo ao livre direito da concorrência e ao consumidor. No processo, o Ministério Público do DF alegou que as empresas aumentavam o preço em 4,5% para revenda.
Ainda segundo o MP, as três empresas se valeram do poder econômico que detinham para “promover a divisão de seus clientes” e se recusaram a comercializar botijões de gás com revendedores abastecidos por uma distribuidora concorrente. Como provas, a acusação usou interceptações telefônicas que revelam, segundo o MP, a existência de acordo entre as empresas.
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