O tempo em que se podia levar ao campo de futebol filhos, filhas, netos, netas, sobrinhos, sobrinhas e outras categorias dessa gente por natureza alegre, solta e trabalhosa, está chegando ao fim.
O objetivo desse sacrifício – que inclui ensinar sobre as várias linhas que compõem o gramado – é simples e justificável: exercer o pétreo direito de ensinar à garotada por qual time deve torcer desde sempre, de acordo com a justa decisão de avôs, avós, pais e mães dos pimpolhos.
Mas a brincadeira acaba aqui. Para exercer a função de encaminhar a gurizada para torcer pelo time certo, são necessários vários requisitos – o principal deles, a segurança.
Ocorre que os exemplos oferecidos pelas atuais arenas (o nome diz tudo) se resumem em brigas constantes entre jogadores ao fim da partida e mortes provocadas por balas certeiras das torcidas organizadas.
A última delas aconteceu no fim de semana, com uma facção de palmeirenses emboscando “inimigos” na rodovia Fernão Dias. Resultado: a morte de um fanático pelo time mineiro. Morte provocada por tiros disparados e pelo incêndio provocado no ônibus da torcida cruzeirense.
E quando alguém exibe para o adversário sua arma de fogo, o resultado não pode ser bom. Por isso o temor de quem deseja indicar o time certo para os iniciantes. (Temor é uma palavra fraca para definir esta sensação. É medo mesmo!).
Melhor deixar as crianças por conta de seus iPhones, canais a cabo, com os quais eles podem assistir aos jogos dos times preferidos (por seus familiares).
O único risco é que as crianças se engasguem com pipocas e piruás. Bem mais seguro que ir ao estádio.