Francisca Rocha
Ao privatizar a CEB Distribuição, em 2020, o governador Ibaneis Rocha (MDB) garantiu que os funcionários concursados da empresa seriam remanejados para outras áreas do GDF. Porém, a quatro meses de encerrar o atual mandato, o candidato à reeleição ainda não cumpriu a promessa e 51 trabalhadores já foram demitidos.
O pessoal da CEB tem documentos e vídeo de Ibaneis assumindo o compromisso. Passados alguns meses, algumas autoridades do governo construíram uma proposta que contemplava a promessa. Mas um dos mentores do projeto foi para outro órgão.
A expectativa era de que o Buriti enviasse à Câmara Legislativa um projeto assegurando os empregos dos trabalhadores. O Sindicato dos Urbanitários (STIU), que representa a categoria, sequer conseguiu uma audiência com Ibaneis, apesar dos reiterados pedidos encaminhados.
Luz no fim do túnel
Uma luz surgiu quando os deputados Agaciel Maia (PL) e Rafael Prudente (MDB) apresentaram o projeto de lei nº 2.803/2022, que foi aprovado na CLDF. Ele permite o aproveitamento, em órgãos da administração direta, indireta e empresas públicas, de funcionários da antiga CEB Distribuição migrados para a Neoenergia após a privatização da estatal.
O governador vetou, mas a CLDF derrubou o veto no dia 9 de agosto. No mesmo mês, dia 22, esta repórter perguntou ao governador se ele iria vetar o PL 2.803/2022 e perder os votos desses trabalhadores. Ele respondeu: “Não vou deixar passar. Voto não é tudo”.
Saiba+
Os funcionários da CEB que agora correm o risco de serem demitidos são concursados e projetaram sua vida até a aposentadoria, devido a estabilidade. Agora, já em idade avançada, esperam ser absorvidos em outras áreas do GDF para cumprir o tempo de serviço necessário. Recentemente, num encontro casual com trabalhadores da CEB, Ibaneis sugeriu que fizessem outro concurso para o serviço público.