Em crise financeira, o governo do Distrito Federal gasta R$ 17 milhões por mês apenas para pagar o salário dos 2.500 funcionários da Caesb – companhia de abastecimento de Brasília. A remuneração de alguns servidores ultrapassa o teto constitucional. Os vencimentos de uma advogada da procuradoria jurídica da companhia, por exemplo, chegam a R$ 95 mil; os de um motorista ultrapassam R$ 20 mil. Enquanto isso, os ministros do Supremo Tribunal Federal recebem R$ 33 mil e o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, ganha R$ 24 mil.
Em entrevista à TV Globo, o diretor de suporte técnico da Caesb, Fábio Albernaz, admitiu que os salários são altos e acima dos praticados no mercado. Ele explicou que o teto constitucional não é aplicado porque a fonte do pagamento dos servidores vem exclusivamente das tarifas pagas pelos cidadãos do DF. Segundo Albernaz, o salário máximo da companhia é de R$ 26 mil, mas os benefícios e gratificações elevam os vencimentos.
Apesar dos \”super salários\”, no ano passado os servidores da Caesb fizeram greve durante três meses, pedindo reajuste. Não houve acordo, mas os funcionários conseguiram repor as perdas inflacionárias, que foram de 10%.
Obras atrasadas
A Caesb enfrenta o atraso de algumas obras que reduziriam a crise hídrica que provocou o racionamento de água em todo Distrito Federal. O diretor Albernaz reconhece que os altos salários têm impacto nos investimentos.
\”Pode ter um impacto na velocidade com que esses investimentos acontecem. Mas é importante a gente ressaltar que os investimentos na área de saneamento muitos são decorrentes de infraestrutura e essa infraestrutura sempre tem ou financiamento do governo federal ou financiamento do próprio GDF\”, afirmou Albernaz.
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