O fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica (Funcef) completou, em 2014, o terceiro ano consecutivo com déficit em suas contas. O rombo está na casa dos R$ 5 bilhões. Desta vez, diferentemente de 2012 e 2013, os aposentados e pensionistas da Caixa poderão sentir no bolso as perdas do fundo.
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O desempenho ruim do Funcef no ano passado foi influenciado pela queda dos preços das ações da Caixa e da Companhia Vale, segunda empresa com maior participação no fundo. Além da Vale, duas das maiores participações da Funcef estão na Invepar, que possui 12 concessões, entre elas o aeroporto de Guarulhos e outras do setor de petróleo.
Lava Jato na Caixa
A Invepar tem como principal sócia a construtora OAS, investigada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A empreiteira está com pendências e deixou de pagar mais de R$ 116 milhões em dívidas no início de 2015. Outra associada que passa por dificuldades que podem ser ainda maiores é a Sete Brasil. A empresa intermedia a construção de plataformas de petróleo, mas a Petrobrás se recusou a chancelar contratos no fim do ano passado, retardando a obtenção de financiamentos.
A Caixa Econômica Federal, mantenedora do fundo, por estatuto, terá que bancar 50% do prejuízo. A outra metade sairá no bolso dos ativos, aposentados e pensionistas. De acordo com a Funcef, a equalização da dívida será gradativa e nenhum beneficiário será prejudicado. O Fundo também criou um grupo técnico para tratar do assunto.
Em nota, a assessoria afirmou que “apesar da obtenção de resultados abaixo da meta atuarial nos últimos exercícios, temos (Funcef) plena convicção de que a solidez e a segurança do nosso fundo de pensão não estão em risco, pois as alocações, em uma perspectiva de longo prazo, gerarão retornos capazes de manter a sustentabilidade dos planos de benefícios”.