O ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) decidiu se afastar do presidente Jair Bolsonaro por causa do mesmo drama vivido por mais de meio milhão de famílias brasileiras. A morte prematura de Mirta, esposa do ex-parlamentar, aos 56 anos, por complicações causadas pela covid-19, estremeceu uma amizade de quatro décadas e distanciou a família Fraga do bolsonarismo.
O caçula do casal, de 20 anos, estudante de medicina, atribui ao presidente a responsabilidade. “Esses dias corrigi meu filho: ‘você não deve fazer isso, você não pode culpá-lo pela morte da sua mãe’. Lá em casa todo mundo era ‘Bolsonaro doente’”, contou o policial militar aposentado em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo nesta segunda-feira (13).
Ao ser perguntado sobre a adesão de policiais ao governo, disse que o presidente não fez nada pelas corporações.
Crítico da maneira como o presidente enfrenta a pandemia, Fraga se ressente do tratamento dispensado pelo amigo na maior perda de sua vida e chegou a bloquear o presidente no WhatsApp. “Não consigo entender essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas”, afirmou.
Fraga também criticou o General Ramos, que, segundo ele, gastou bilhões e não conseguiu consolidar uma base de apoio ao governo no Congresso Nacional. O ex-deputado, por outro lado, disse que só acredita em impeachment caso o Centrão rompa.