O fechamento de três fábricas da Ford no Brasil afetará cerca de 50 mil postos de trabalho direta ou indiretamente ligados à produção dos automóveis. O levantamento é da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical. Segundo a CUT, o encerramento da produção de carros da multinacional no Brasil “é consequência da ausência de um projeto de retomada da economia brasileira, que contemple a reindustrialização do país”.
“O governo despreparado e inepto do presidente Jair Bolsonaro e do Ministro da Economia, Paulo Guedes,finge ignorar a importância da indústria como motor do desenvolvimento nacional, não apresenta qualquer estratégia para a atuação da indústria no Brasil”, as duas centrais sindicais, em nota.
O Ministério da Economia lamentou a decisão da Ford de deixar o país e montou um grupo de trabalho para tentar dar um novo rumo às fábricas da montadora. Por outro lado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem articulado com governos e investidores em busca de uma solução para a fábrica da Camaçari, na Bahia. Também foram fechadas as unidades de Horizonte (CE) e Taubaté (SP).
Impactos – O MPF abriu um procedimento administrativo para acompanhar os impactos socioeconômicos e concorrenciais do fechamento das fábricas. O monitoramento será feito pela Câmara de Consumidor e Ordem Econômica, que irá coletar, sistematizar e analisar os dados e informações sobre o tema.
O objetivo é avaliar o tamanho do prejuízo causado pela decisão da montadora norte-americana que será capaz de, segundo o MPF, “provocar a redução dos níveis de renda e emprego nacionais, afetando negativamente a economia, além da potencialrepercussão no nível concorrencial do mercado de veículos”.