Em 24 horas, de terça (12) a quarta-feira (13), quatro pré-candidatos a presidente da República promoveram atos políticos em Brasília. A maior recepção foi para o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu o apoio de cerca de 3 mil pessoas no Teatro dos Bancários, na Asa Sul, segundo os organizadores.
Na mesma quarta-feira, pela manhã, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) discursou para cerca de 200 apoiadores num evento organizado pelo deputado Alberto Fraga (DEM), pré-candidato ao Buriti. O encontro foi no Clube dos Oficiais da Polícia Militar, no Setor de Clubes Sul.
Ainda na quarta-feira, o governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, comandou a reunião da executiva tucana que deliberou sobre o fechamento de questão pela aprovação da reforma da Previdência Social. O encontro foi no auditório do Sindicado dos Médicos, na L-2 Sul.
Na véspera, o banqueiro João Amoêdo participou do lançamento de candidaturas do Partido Novo. Entre elas, a do empresário Alexandre Guerra à sucessão de Rodrigo Rollemberg (PSB) no Palácio do Buriti. O evento foi num galpão do Setor de Abastecimento Norte (SAAN) com a presença de mil pessoas, de acordo com os organizadores.
Pesquisas
Se as pesquisas de intenção de voto colocam Lula à frente dos demais candidatos, a participação da militância confirmou a vantagem do petista na corrida ao Planalto. Segundo os organizadores do ato, cerca de 3 mil pessoas acompanharam o discurso do ex-presidente.
Dois dias antes, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região marcara para o dia 24 de janeiro o julgamento do recurso de Lula, condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro. “Eu não quero que vocês tenham um candidato a presidente que esteja escondido na sua candidatura porque é culpado e não quer ser preso. Eu quero ser inocentado pra poder ser candidato”, disse. E prosseguiu: “se eles apresentarem provas contra mim em todas as acusações, eu terei a satisfação de fazer uma reunião da bancada e dizer que não posso ser candidato a presidente”.
O nome de Lula também esteve presente no discurso de Bolsonaro. O parlamentar fluminense foi comedido nas críticas ao adversário. Ele aposta na polarização e na possível condenação em segunda instância do petista, que o tornaria inelegível. O discurso conservador, de valorização da família, defesa da segurança pública e de ética na política inflamou o auditório ocupado por cerca de 200 policiais e bombeiros.
“Não podemos admitir que nossos filhos aprendam besteiras na sala de aula. Aquilo que seus pais não querem. Temos que valorizar a família e respeitar as religiões. O Estado é laico e vai continuar sendo. Mas, 90% dos brasileiros são cristãos. Respeitamos as outras religiões, inclusive, quem não tem”, disse.
Terceira força
Apontado como a terceira força nas pesquisas de intenção de voto, Geraldo Alckmin não veio a Brasília buscar uma aproximação com os eleitores. Seu compromisso era uma reunião da Executiva do PSDB para tratar da reforma da Previdência. Porém, em suas movimentações nas redes sociais, divulgou o trabalho partidário com a #PreparadoParaoBrasil.
Correndo por fora, o pré-candidato à do recém-criado Partido Novo, João Amoêdo, utilizou o lançamento de candidatura de Alexandre Guerra ao Buriti, na terça-feira (12), para alavancar sua comunicação com o eleitorado de Brasília. Os organizadores calcularam mais de mil pessoas no auditório. O outsider afirmou que trabalhará como gestor focado no tripé saúde, educação e segurança pública.
Histórico
O eleitorado brasiliense é disputado com unhas e dentes pelo PT e pelo PSDB durante as eleições. No DF, eles não têm tão sólidas quanto São Paulo, onde os tucanos comandam a prefeitura da capital e o governo do estado. No Maranhão, o PT emplacou quase 80% votos no segundo turno nas últimas duas eleições. Em 2014, o candidato Aécio Neves (PSDB) superou Dilma Rousseff (PT) no DF, com 61,9% dos votos válidos. Quatro anos antes, Dilma tinha ganhado de José Serra, com 52,81%.