Theófilo Silva (*)
Já não há dúvida alguma, e não é por causa da rima, da semelhança entre as palavras que digo isso, de que Bolsonaro criou o movimento Bolsonazista imitando os movimentos de extrema direita da primeira metade do século passado – o fascismo e o nazismo. Ambos os partidos políticos que levaram a humanidade ao evento mais doloroso e aterrador de toda a sua história: a Segunda Guerra Mundial. Conflito provocado por dois extremistas doentios: Adolf Hitler e Benito Mussolini.
Portanto, não tenho dificuldade em chamar esse movimento – agressivo e armado – de tentativa de sabotagem e destruição da democracia brasileira de Bolsonazismo, fazendo uma referência ao nazismo, a ideologia mais perversa, danosa, cruel e assassina que predominou no mundo.
O ex-capitão, expulso do Exército por indisciplina, eleito deputado federal por vários mandatos pela escória, pelas milícias do Rio de Janeiro, e que, por um golpe do destino, foi eleito presidente da República do Brasil pelo poder dos algoritmos e de uma facada que o vitimizou, está maltratando o País.
Deslumbrado com o poder que adquiriu, não quer abandoná-lo. Sem acreditar no que ocorreu, tornar-se presidente do Brasil, um idiota, como bem disse um jornal austríaco, alçado ao poder máximo de um país gigantesco, sem ter nada para oferecer de bom, Bolsonaro mantém um comportamento destrutivo, insano, truculento e autoritário. Um horror.
O país está enfrentando uma catástrofe institucional, e isso num dos momentos mais difíceis pelo qual passa a humanidade, o de uma pandemia de peste. Um chefe de Estado arruaceiro, com um comportamento de moleque de rua, que afronta a tudo e a todos. Como pode isso?
Por que não governar com harmonia? Por que procurar o caos, a discordância, o enfrentamento, a violência? Bolsonaro age como um daqueles vilões destituídos de personalidade das histórias em quadrinhos, desprovido de qualquer valor que valha a pena ser cultivado.
É lógico que, em função de sua absoluta mediocridade, ele joga, trabalha para os doentes mentais perversos, como evangélicos e militares ignorantes e de índole autoritária, somado à elite corrupta que defende uma ditadura com o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Claro que o STF precisa modificar sua forma de agir, pois alguns de seus ministros não fazem Justiça. Agem como políticos, e tomam decisões baseadas em seus interesses, sem se preocuparem com a Constituição e as normas jurídicas.
Não bastasse sua estupidez e despreparo, temos ainda a presença dos seus filhos, que não negam a raiz paterna, pois são tão ou mais truculentos do que o pai. Três deles são detentores de mandato popular e têm comportamento semelhante aos dos nazistas que compunham o partido alemão no passado.
Todos eles estão enriquecendo, morando em mansões compradas com dinheiro oriundo da chamada “rachadinha” – a apropriação do salário de funcionários fantasmas de seus gabinetes. Enrolados com a Justiça, ainda não foram presos por conta do poder do pai, que os protege nos tribunais. Tanto que, muitos desses ataques ao STF é medo de que seus filhos sejam presos.
Mas, quando Bolsonaro cair, seja por impeachment ou derrota certa na próxima eleição, dois deles deverão ir para a cadeia.
Bolsonaro vai tentar um golpe, isso é mais do que certo. Não podemos facilitar sua vida. Não podemos relaxar. Ele pode fazer um estrago, que deve ser evitado. Ou seja, os juízes do STF precisam reagir, assim como fez Alexandre de Moraes, que mandou prender vários depravados que atacavam a democracia.
O Bolsonazismo deve ser destruído, e a sociedade, o STF e o Congresso precisam entender isso. E não basta entender: precisam agir com medidas duras. O Sete de setembro vem aí, e será um divisor de águas.
Como diz Shakespeare, em Ricardo III, Bolsonaro “quando nasceu já veio com dentes: nasceu para morder o mundo”.
Fora com ele.
(*) Escritor, autor do livro dos livros Shakespeare Indignado e A Paixão Segundo Shakespeare