Embora dê a entender que está satisfeita com os acenos de Ibaneis para formar a chapa majoritária como candidata ao Senado, Flávia Arruda pode surpreender. Atual ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, ela seria a preferida de Jair Bolsonaro para montar seu palanque no DF. Nesse cenário, a deputada Bia Kicis (PSL) disputaria o Senado. A vaga de vice seria negociada com alguém também identificado com o presidente – provavelmente, o ex-deputado Alberto Fraga.
O trunfo de Ibaneis para manter a aliança com a ministra e se tornar o candidato de Bolsonaro na capital seria oferecer a vaga de vice a Flávia Arruda, rifando o atual ocupante do cargo, Paco Britto (Avante). Assim, Flávia assumiria o GDF em 2026, com possibilidade de disputar a reeleição.
Assim, o governador teria dois caminhos ao final de seu segundo mandato: o Senado ou um voo nacional a presidente ou vice. Já Paco Britto concorreria a deputado federal no próximo ano. Se Flávia aceitar disputar o Senado, o lugar de Paco passa a ser ameaçado por um evangélico. Aí, os mais cotados são os deputados Júlio César (Republicanos) e Celina Leão (PP), abrindo uma avenida para outros pretendentes a um mandato na Câmara Federal.
Racha no MDB – Tudo isso muda caso o MDB resolva lançar candidato próprio a presidente da República. E esta é a única alternativa apontada pelos caciques que querem evitar o racha da legenda. Afinal, no Norte e no Nordeste do País a tendência é de que lideranças como o senador Renan Calheiros (AL) e o governador Hélder Barbalho (PA) se aliem a Lula (PT).
Porém, no Sul e no Sudeste, os emedebistas majoritariamente rezam na cartilha bolsonarista. Nas bases emedebistas, dois nomes surgem para a disputa presidencial para unir o partido: o ex-presidente Michel Temer (SP) e a senadora Simone Tebet (MS). Esta vem ganhando notoriedade e admiração por sua participação na CPI da Pandemia.