O fim da reeleição para os cargos executivos de presidente da República, governadores e prefeitos, aprovado em primeiro turno na noite de quarta-feira, na Câmara dos Deputados, não deve enfrentar resistência no Senado Federal. Os líderes dos principais partidos políticos na Casa, incluindo PT, PMDB, DEM e PSDB, já se mostraram inclinados a defender a matéria em plenário. As legendas começaram a costurar a possibilidade de um consenso relativo ao tema.
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Para chegar ao Senado, o artigo que trata desta questão na reforma política (PEC 182/07) ainda precisa ser aprovado em segundo turno na Câmara dos Deputados. Na primeira etapa, a medida foi acolhida com o apoio majoritário das bancadas: 452 votos a favor, 19 contra e uma abstenção. Foi a maior diferença registrada entre os pontos votados até o momento.
Na manhã de ontem, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu a aprovação. “O fim da reeleição é uma posição amplamente majoritária no partido. Até porque é uma posição da Executiva nacional. A medida, com mandato de cinco anos, é uma das propostas formais do PSDB”, afirmou. O tucano disse que liberaria a bancada para preservar o voto daqueles que tenham uma posição contrária. “A medida permite o surgimento de novas lideranças políticas e impede o uso criminoso da máquina pública.”
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) afirmou que o partido tem uma posição histórica contra o instituto da reeleição. “A última decisão do partido em relação ao tema foi tomada lá atrás, nos anos 1990. De lá para cá, nunca houve uma revisão formal dessa decisão. É fato que, hoje, algumas pessoas dentro do PT defendem a reeleição, a exemplo do ex-presidente Lula e do presidente do PT Rui Falcão.” O petista disse ser a favor da proposta aprovada na Câmara, mas ressaltou que não é uma questão fechada no partido. “Ainda vou conversar com a bancada”, disse.
O PMDB deve fechar questão para votar do mesmo jeito que o partido se posicionou na Câmara. O líder da legenda do Senado, Eunício Oliveira (CE), por meio da assessoria de imprensa, comunicou que votará favoravelmente à determinação aprovada pelos deputados na quarta-feira.
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