Os sacerdotes da Igreja Romana insistem em afirmar em seus sermões que o ser humano pode superar a tentação dos pecados, já que dispõe de uma arma chamada Livre Arbítrio, que lhe dá condições para escolher seu próprio destino rumo à salvação da alma. Trata-se de uma teoria que não confere com as múltiplas experiências vivenciadas, nas quais se baseiam os argumentos de cientistas da Mens sana in corpore sano (mente sã em corpo são); nas versões de famosos escritores em seus contextos literários; e até mesmo no aforismo Vox populi Vox Dei (A voz do povo é a voz de Deus).
No primeiro caso, a psicóloga Fernanda Sampaio analisou o assunto em sua coluna semanal Saúde da Mente, na edição 268 de nosso jornal, sob o título Reflexão sobre a Vida. Eis alguns trechos de suas considerações: “A Vida sempre vem nos mostrar que, por mais que tenhamos algum controle sobre ela, ao mesmo tempo não temos nenhum”. Ou:“Fui percebendo o quanto há uma Inteligência nesse momento, muito superior a tudo que achamos que sabemos e entendemos. Percebi que é preciso fazer nossa parte, mas também é preciso deixar fluir e confiar no movimento da Vida”.E complementa: “O que está no teu caminho, virá. Nada pode impedir”.
Na segunda referência, vários escritores consagrados abordaram o tema, com base em suas pesquisas de personagens reais, transferidos para a ficção romanceada. Entre os quais, o conhecido autor inglês William Somerset Maugham, que em um de seus best-sellers caracterizou o enredo da primeira à última página diante de um inusitado encontro numa rua de Londres, de um amigo que não via há anos, desde que o conhecera na Índia. Ao formular o convite para acompanhá-lo à visita a um casal londrino, um simples detalhe mudaria a felicidade dos cônjuges, com a súbita paixão à primeira vista entre o visitante e a então fiel esposa, que terminaria em tragédia, tipo filme mexicano.
No terceiro item, fruto da sabedoria popular, a resposta vem através da letra do samba interpretado por Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar / Vida leva eu / Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu…”
É isso aí, amigos. O negócio é seguir o conselho do filósofo Aristóteles: a felicidade consiste em viver sem se preocupar com o futuro, até porque não depende de nós!