José Matos
Filantropia é o bem, sem compaixão. Caridade é o bem com compaixão, que humaniza, eleva o magnetismo do benfeitor e o benfeitor, e o posiciona num lugar bom após a morte. Não basta fazer o bem. É preciso faze-lo de coração, e igualar-se ao beneficiado, para que ele não se sinta humilhado.
Amor é sentimento. Caridade é o amor em ação. “Eu fiz muita caridade”, afirmou um espírita no Umbral. Não fez. Fez filantropia. Se tivesse feito caridade não estaria no Umbral.
No Umbral, gritou o rico da parábola que se banqueteava todo dia mas era indiferente ao pobre Lázaro: “Pai Abraão, deixa Lázaro vir aqui molhar minha língua com a ponta do dedo molhado”. “Não. Há um abismo entre nós, e você já recebeu sua recompensa em vida”, respondeu Abraão.
Fé ou obras? Fé com obras. A fé sem obras é morta, ensinou o apóstolo Tiago. “Aprendi com Paulo que o crente é justificado pela fé”, afirmou um crente que, em vida, foi indiferente ao próximo.
Com Jesus, aprendemos que viemos aqui para servir, ensinou um anjo. Deus ajuda seus filhos por meio de seus filhos. Quem ajuda, de coração, os filhos de Deus, fica sob Suas bençãos e proteção.
Um ateu caridoso recebe muito mais benefícios divinos do que um religioso orgulhoso e indiferente ao próximo. Muitas vezes, é preciso a dor numa família ou na vida de uma pessoa para que ela lembre e ajude os outros filhos de Deus.
Na Parábola do Bom Samaritano, que para e ajuda o assaltado ferido, Chico Xavier ensina: “O assaltado poderia ser um de nós. E o samaritano, também, porque não há quem não possa ajudar e não há que não precise de ajuda!
Quanta gente deprimida porque vive indiferente ao próximo. O sentimento de utilidade é um dos seis pilares de uma vida equilibrada. Os outros são: vontade, sinceridade, solidariedade, ética e gratidão. “Quem diz que ama a Deus e não ama o próximo é mentiroso”, ensinou o Apóstolo João.