O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar, cobrou na quarta-feira (29) a implantação do Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD). Segundo o líder empresarial, esta seria uma das alternativas para a recuperação da economia do DF, com a criação de 25 mil empregos diretos em até 1,2 mil empresas concentradas no local. Porém, para especialistas, essa é uma obra para vários governos. A previsão é de que a competitividade internacional só virá em 2029.
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A desaceleração no setor produtivo local, puxada pelo baixo crescimento econômico do País no último ano, exige, segundo o presidente da Fibra, o governo e os empresários busquem soluções criativas. “Investir em tecnologia é o melhor caminho”, insiste Jamal Bittar. Essa mudança de mentalidade passaria, necessariamente, por investimentos em educação, para formação de mão de obra qualificada. Nesse aspecto, seria fundamental expandir a atuação de entidades como o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que já são modelos de educação no cenário nacional.
Jamal vê a desaceleração na economia como uma consequência da concentração no setor público, que tem limitações de recursos para investimentos. Além disso, o governo ainda dificulta as ações de empresários que tentam ampliar seus negócios. Como exemplo, ele cita a demora na liberação de terrenos para empresas pelo Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do Distrito Federal (Pró-DF).
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“O empresário que sai hoje do DF para empreender em outros lugares não é o primeiro e não vai ser o último. Essa questão de lote é uma doença crônica que acometeu a cidade, no sentido de que a distribuição é mal conduzida, a forma com que é concedida é distorcida e, eventualmente, ocorre demora na concessão, o que desestimula o empresário”, disse. “Muitas vezes ocorre a entrega para empreendimentos sem sustentação enquanto empresários que têm capacidade de gerar emprego não são atendidos. Temos que mudar essa política e extinguir esse projeto. Melhor seria fazer concessão em comodato para que, de 20 em 20 anos, por exemplo, o lote seja entregue para quem produziu, pagou impostos e gerou riqueza”, completou
Além do problema na liberação, o presidente defende a implantação do Parque Tecnológico Capital Digital, que existe há mais de dez anos, mas ainda não foi colocado em prática. “O projeto consiste em um pólo de desenvolvimento com infraestrutura tecnológica e serviços de qualidade para as empresas e centros de desenvolvimento científico. Tal espaço permitiria a interação entre os diversos atores que promovem a inovação tecnológica, o conhecimento e a pesquisa no segmento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I)”, diz Jamal.
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Para o presidente da Fibra, este seria o caminho para Brasília retornar aos trilhos do desenvolvimento, passando a disputar mercado com estados vizinhos na área de tecnologia de ponta, composta por informação, ciência e pesquisa e não restringir a participação do DF apenas à indústria tradicional. “O governo tem ouvido que esta é uma política equivocada e tem se sensibilizado com isso. Precisamos mudar esta visão de calçar o desenvolvimento em cima de lote”, encerrou.
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